quinta-feira, 30 de abril de 2020

Metodologias de aprendizagem ativa melhoram performance de estudantes de grupos minoritários

Está repercutindo nas redes e meios acadêmicos artigo publicado por grupo de pesquisadores da área de ciências biológicas na prestigiada revista da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos (PNAS). Intitulado Active learning narrows achievement gaps for underrepresented students in undergraduate science, technology, engineering, and math,  o artigo apresenta resultados de revisão sistemática de 41 estudos que demonstrou que disciplinas e cursos centrados nas metodologias da aprendizagem ativa (em que os próprios alunos realizam atividades, diferente das aulas expositivas tradicionais) respondem:
  • por uma redução de 33% na diferença entre os valores das notas obtidas em avaliações formais de estudantes de minorias (negros, latinos, indígenas e de baixa renda) quando comparadas com estudantes tradicionais (brancos e de origem asiática); 
  • por uma redução de 45% nos índices de aprovação em disciplinas também na comparação entre estudantes de minorias e estudantes tradicionais. 

Os autores alertam, porém, para o fato de que reduções importantes das diferenças de notas e de aprovação entre os dois segmentos somente ocorrem quando o design de cursos com base na aprendizagem ativa se somam a:  1) uma prática comprometida com o avanço dessas minorias e 2) uma docência inclusiva, ou seja, quando o professor acredita que estudantes dessas minorias podem ser bem sucedidos. Isso terá impacto positivo inclusive para redução dos índices de evasão nos cursos dessas áreas. Os pesquisadores alertam: "...os professores pouco familizarizados com a aprendizagem ativa podem precisar iniciar seus esforços para redesenhar cursos com intervenções de baixa intensidade e com menor probabilidade de melhorar os resultados dos seus alunos de imediato. Nesse caso, o objetivo deve ser o de persistir, fazendo mudanças incrementais até que todos os instrutores estejam ensinando em uma estrutura de alta intensidade e baseada em evidências [da aprendizagem ativa], adaptada aos seus cursos e populações de estudantes".

Os autores concluem: "Nossos resultados apóiam propostas para substituir palestras tradicionais [aulas expositivas] por projetos de cursos de aprendizado ativo e baseados em evidências nas disciplinas STEM [das ciências exatas e biológicas] e sugerem que inovações em estratégias instrucionais podem aumentar a equidade no ensino superior".

segunda-feira, 27 de abril de 2020

Novas pesquisas sobre educação on-line orientam práticas atuais

No contexto de iniciativas diversas em tempos de distanciamento social, resultados de pesquisas científicas devem guiar ações da educação on-line. A última edição do Computers & Education traz pelo menos dois estudos que podem contribuir para melhor avaliar propostas e iniciativas atuais. O artigo Online vs traditional homework: A systematic review on the benefits to students’ performance recomenda cautela em atividades totalmente do "dever de casa" com base em revisão sistemática sobre o tema. A pesquisa analisou 31 estudos já publicados sobre "dever de casa", realizados através de plataformas educacionais (como ambientes virtuais de aprendizagem) e de forma tradicional, por estudantes universitários das áreas de ciências exatas.  

Metade dos estudos analisados (15) não demonstraram ganhos de aprendizagem dos alunos ao realizarem o "dever de casa" on-line. Nove estudos demonstraram benefícios das tarefas on-line e seis deles apresentaram resultados mistos, não indicando benefícios claros de uma modalidade em comparação com a outra. Dessa forma, os autores consideram que um formato híbrido possa ser o mais benéfico aos estudantes.

O segundo artigo, intitulado Multimodal digital classroom assessments apresenta resultados positivos de práticas educativas na Noruega em que professores desenvolveram e aplicaram instrumentos de avaliação da aprendizagem multimodais (com elementos textuais e audiovisuais digitais, como a criação de um vídeo sobre conceitos da matemática) com seus alunos que oferecem alternativas viáveis aos tradicionais testes padronizados aplicados nas redes de ensino por terem sido considerados válidos.

quinta-feira, 23 de abril de 2020

Dificuldades dos professores universitários dos EUA e Canadá com a docência on-line na pandemia

O primeiro levantamento sobre o comportamento das ações on-line de professores universitários dos EUA (846 professores em 641 IES) e Canadá (20 professores) no contexto da pandemia do Covid-19 acaba se ser publicado e revela problemas e dificuldades enfrentadas por esses profissionais, a maioria sem experiência prévia com a docência não presencial. O dado mais preocupante aponta que a grande maioria dos professores transferiu suas aulas presenciais para algum sistema de vídeo-aula, dando a entender que o foco foi a transmissão de conteúdos pela internet sem um desenho didático e um contexto digital voltado a esse fim (ao contrário, professores com experiência on-line mais freqüentemente evitaram video-aulas e utilizaram AVAs). Além disso, a maioria dos professores sem experiência on-line admitiu que reduziu o nível de cobrança de suas disciplinas, bem como o número de atividades com nota. Essas práticas foram menos pronunciadas no caso daqueles professores que já possuíam algum conhecimento e experiência prática prévia com a docência on-line. Esse outro link traz informações mais detalhadas sobre o estudo. Conhecimentos considerados mais críticos e desejáveis para esses professores foram aquelas que se referiam às melhores maneiras de oferecer suporte aos alunos on-line e sobre como se tornarem bem sucedidos nesse contexto.



sexta-feira, 17 de abril de 2020

Sala de aula invertida tem resultados moderados para melhoria da aprendizagem discente

Artigo publicado na Education Research Review intitulado The Flipped Classroom: A Meta-Analysis of Effects on Student Performance across Disciplines and Education Levels realizou uma meta analise de 198 estudos sobre essa metodologia (e suas variações) e que envolveram quase 40 mil alunos da educação básica e superior em diversos países. Os resultados indicaram melhoria moderada da aprendizagem resultante da aplicação da metodologia da sala de aula invertida quando comparada com metodologias "tradicionais" da sala de aula, particularmente no ensino médio.

Em geral essa metodologia é desenvolvida através da introdução de conceitos aos estudantes para estudo antes da aula, via linguagem audiovisual ou de outro formato, seguida de atividades em pequenos grupos em sala e mais atividades relacionadas após a aula. A maior parte dos estudos analisados eram das disciplinas de matemática, medicina, ciências físicas e humanidades, tendo sido identificados os resultados mais positivos nesta última e os menos significativos na primeira.

Um elemento importante destacado pelos autores é que os eventuais ganhos de aprendizagem se devem aos componentes da metodologia de: atividades estruturadas; resolução de problemas; e -- o que me parece mais importante e louvável -- a autonomia e iniciativa dos alunos, esse um elemento complexo, desejável e nem sempre factível nas salas de aulas em contextos frágeis e desafiadores.

quarta-feira, 1 de abril de 2020

Reflexões críticas sobre o ensino e a aprendizagem remotas e a EaD em tempos do COVID-19

O site de notícias e análises Outras Palavras acaba de publicar artigo intitulado Vigilância em tempos de educação à distância, de autoria do pesquisador coordenador do Grupo LER/CNPq/UFC. O texto analisa problemas de acesso a dados e à privacidade e segurança dos usuários de ambientes educacionais e genéricos de empresas de tecnologia em rede no contexto do "capitalismo de plataforma". Esse artigo integra uma série de publicações sobre pesquisas desenvolvidas pelo Grupo LER/CNPq que tem apresentado análises críticas, baseadas em pesquisas sistemáticas, decorrentes do recente fenômeno do cancelamento das aulas presenciais em escolas e universidade e a busca por soluções com o uso de tecnologias digitais e internet. 

Se a crise abre bem-vindas oportunidades para experimentações e descobertas sobre as práticas de ensino e aprendizagem atuais, é preciso estar atento para os componentes comerciais e empresariais da problemática, bem como para os riscos de precarização das atividades acadêmicas e do trabalho docente, haja visto o frágil acesso das populações carentes aos bens tecnológicos em tempos de forte recessão econômica.

Além do artigo publicado pelo Outras Palavras, esses temas foram abordados também em artigo da revista Horizonte, publicada pela Sociedade Brasileira da Computação (SBC),  intitulado #FiqueEmCasa, mas se mantenha ensinando-aprendendo: algumas questões educacionais em tempos de pandemia. O texto, de autoria de Mariano Pimental e Renata Araújo, apresenta citação baseada em reflexões do LER sobre atividade escolar remota e educação a distância no contexto atual. 
E outro artigo, intitulado Atividade escolar remota não é EaD, foi publicado no Jornal O Povo. O texto inclui diferenças e alertas para os cuidados necessários ao serem desenvolvidas atividades acadêmicas remotas emergenciais e temporárias e propostas completas de cursos na modalidade EaD visando a excelência da aprendizagem.  

   

segunda-feira, 30 de março de 2020

A diferença entre ensino remoto de emergência e aprendizado on-line

Diante das polêmicas e das muitas dúvidas sobre atividades remotas após o fechamento das escolas e universidades -- em que a áreas de estudos e práticas de educação a distancia (EaD) e educação on-line têm sido injustamente banalizadas e criticadas diante da precarização do momento de crise atual -- surge um artigo esclarecedor sobre a problemática, publicado do Educause Review. Intitulado The Difference Between Emergency Remote Teaching and Online Learning (A diferença entre ensino remoto de emergência e aprendizado on-line), o texto argumenta que "as experiências de aprendizado on-line bem planejadas são significativamente diferentes dos cursos oferecidos on-line em resposta a uma crise inesperada. Faculdades e universidades que trabalham para manter as instruções durante a pandemia do COVID-19 devem entender essas diferenças ao avaliar esse ensino remoto de emergência".
Ao longo do texto os autores esclarecem que: "o que sabemos com base em pesquisas é que o aprendizado on-line eficaz resulta de um planejamento e design instrucional cuidadoso, usando um modelo sistemático de design e desenvolvimento. O processo de design e a consideração cuidadosa de diferentes decisões de design têm impacto na qualidade da instrução. E é esse cuidadoso processo de desenvolvimento de um projeto que estará ausente na maioria dos casos nessas mudanças de emergência". Os autores lembram que a quantidade de alunos nas turmas é fator decisivo para o sucesso de ações pedagógicas on-line e que cursos que realmente aderem à modalidade on-line tipicamente levam de 6 a 9 meses para serem desenvolvidos antes que sejam iniciados com os alunos matriculados. Os autores também relatam um pouco sobre os esforços emergenciais que têm sido desenvolvidos atualmente -- o que chamam de ensino remoto de emergência -- e detalham aspectos e elementos sobre como avaliá-los, sem que se incorra no equívoco de compará-las com a sala de aula presencial.

segunda-feira, 9 de março de 2020

OER20 destaca os temas do "cuidado" na educação aberta e a vigilância em rede

O tema geral da conferência OER20, que se realizará em abril, em Londres, é o "cuidado" na educação aberta e se baseia no seguinte conceito, segundo os organizadores, em tradução livre: "O cuidado é um meio de transformação social quando está enraizado em práticas e mecanismos reais que garantem sua redistribuição para uma reorganização social duradoura (ZEMOS98, 2019)". Muitas apresentações serão transmitidas via link do Youtube e abordam também temas da diversidade, novas pedagogias, engajamento, etc. A conferência de abertura será proferida pela pesquisadora sava saheli singh, que atua na área de estudos do big data e da vigilância em rede.





terça-feira, 3 de março de 2020

Novo livro sobre os 25 anos da área de EdTech

Acaba de ser lançado, para download gratuito, livro do pesquisador canadense Martin Weller sobre os 25 anos da área de estudos e práticas da EdTech (Educação e Tecnologias digitais). O livro traz um capítulo introdutório em que o autor descreve e critica os ciclos repetitivos de "inovação" nesse campo de estudos e práticas -- fenômenos chamado de amnésia histórica pelo autor -- e apresenta 25 capítulos, cada um deles desenvolvido em torno de um ano e da respectiva tecnologia de destaque no período. Novo link para download.

Inicia, dessa forma, com os BBS, em 1994, e segue até 2017 com o Blockchain. Um capítulo final discute o futuro distópico gerado pelo "virada" no campo com a hegemonia dos interesses econômicos privados e os processos de vigilância e coleta massiva de dados em rede.

segunda-feira, 2 de março de 2020

Novo livro Métodos digitais: teoria, prática e crítica

Acaba de ser lançado em Portugal, com download gratuito, o livro Métodos digitais: teoria-prática-crítica, editado por Janna Joceli Omena. A obra é dividida em 5 tópicos e traz análises teóricas, de práticas e de estudos realizados com as referidas técnicas (Estudos de Plataforma, STS, ARS, visualização de dados, etc.) por autores estrangeiros e brasileiros.




terça-feira, 14 de janeiro de 2020

Dossiê sobre leitura digital com trabalho do LER

Acaba de ser publicado dossiê temático, com artigos diversos sobre leitura digital, pela Revista Texto Digital da UFSC. O grupo LER participa com um artigo sobre pesquisas recentes realizadas com o uso da técnica do rastreamento ocular, atividade parcialmente financiada pelo CNPq e pela UFC. Outros artigos abordam temas como leitura digital na infância, gamificação, pedagogia da leitura on-line, dentre outros.
Segundo as editoras Carla Viana Coscarelli e Ana Elisa Ribeiro, "neste número da revista Texto Digital, nossa missão foi reunir artigos de pesquisadores e pesquisadoras que nos ajudam a pensar em uma abordagem ampla da leitura, o que também demanda um novo leitor, um leitor/interator (aqui, com Gobira & Corrêa e Barbosa), um leitor usuário do texto, que interfere na obra, que se movimenta nela, curte, compartilha, comenta, que edita, recria, remixa, tornando-se assim, também, de alguma forma, autor".

terça-feira, 10 de dezembro de 2019

40 anos do journal Distance Education e perspectiva crítica

O periódico Distance Education, publicado na Austrália (pela Open and Distance Learning Association of Australia Inc., ODLAA), está completando 40 anos e traz edição temática com um balanço de pesquisas e problemas da área com artigos que abordam tópicos importantes do campo de estudos. 
O editorial traz uma visão bastante crítica da área, destacando-se (em tradução livre): "todo o campo enfrentou muitas encruzilhadas e muitos outros desafios. Notavelmente, essas encruzilhadas e desafios surgiram de várias formas e com todos os tipos de magia técnica. Alguns deles, como a Internet e os dispositivos móveis, prometeram modernizar e integrar a educação a distância. Outros, como e-learning, sala de aula invertida, aprendizagem híbrida e, mais recentemente, micro-credentialing e block chain, prometeram reformar e revolucionar o fornecimento de educação a distância. Mas se você olhar mais de perto as promessas deles, descobrirá que muitas delas ofereceram pouco que seja novo ou inovador...". 

Chamada de artigos para as seções temáticas do Cetic.br

O Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), sob os auspícios da Unesco, convida interessados a enviarem propostas para a seção de artigos das publicações das pesquisas TIC Domicílios<https://cetic.br/pesquisa/domicilios/>, TIC Educação<https://cetic.br/pesquisa/educacao/> e TIC Kids Online Brasil<https://cetic.br/pesquisa/kids-online/>.

As publicações reúnem resultados das investigações realizadas pelo Cetic.br no ano de 2019 e serão publicadas em versões impressas e eletrônicas, bilíngues (português e inglês), a serem lançadas em 2020.

Os autores interessados em publicar um artigo em uma das publicações das pesquisas acima podem submeter o resumo expandido entre 800 e 1.000 palavras (excluindo a bibliografia) até o dia 31 de janeiro de 2020, indicando ao menos uma das linhas temáticas apresentadas abaixo.

As propostas aceitas deverão ser enviadas como artigos completos (até 3.000 palavras) até o dia 20 de março de 2020. Os trabalhos podem ser submetidos em português ou inglês.

CRONOGRAMA

    31/01/2020 - data limite para envio de resumos
    14/02/2020 - resultado da seleção dos resumos
    20/03/2020 - data limite para envio da versão completa dos artigos

TEMAS SUGERIDOS
As propostas de artigos serão avaliadas pela equipe editorial do Cetic.br, que poderá redirecionar os textos aprovados para diferentes publicações. O uso de dados agregados ou microdados das pesquisas do Cetic.br será considerado um diferencial no processo de seleção.
Os artigos podem abordar os temas a seguir:

Temas transversais

-    Conectividade e acesso às tecnologias;
-    Desigualdades e exclusão digital;
-    Desenvolvimento de habilidades e competências digitais;
-    Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e tecnologias de informação e comunicação (TIC).

Temas específicos

TIC Domicílios
-    Políticas públicas de expansão da banda larga no Brasil;
-    Marcos regulatórios no Brasil: Marco Civil e regulamento da neutralidade, proteção de dados, lei geral de telecomunicações, direitos autorais, entre outros;
-    Segurança e Internet das coisas no contexto domiciliar;
-    Comércio eletrônico e transações pela Internet;
-    Relacionamento de usuários de Internet com empresas e governos.

TIC Educação
-    Acesso e uso de tecnologias em áreas rurais, comunidades indígenas, quilombolas ou isoladas;
-    Inovação no uso das tecnologias nos processos de ensino e de aprendizagem: aprendizagem móvel, linguagem de programação, robótica, entre outros;
-    Inteligência Artificial e educação;
-    Educação midiática, alfabetização e letramento digital, cidadania digital e promoção ao uso crítico das tecnologias;
-    Privacidade, proteção de dados pessoais e educação;
-    Uso de TIC pela administração pública, com enfoque em educação.

TIC Kids Online Brasil
-    Cidadania, participação e engajamento na rede: oportunidades para crianças e adolescentes;
-    Diversidade e direitos da infância: sexualidades, identidades e discurso de ódio na rede;
-    Privacidade e proteção de dados pessoais: riscos on-line para crianças e adolescentes;
-    Habilidades digitais para o uso seguro e responsável da rede por crianças e adolescentes
-    Mediação parental para o uso de tecnologias de informação e comunicação por crianças e adolescentes
-    Pesquisa sobre e com crianças: dificuldades metodológicas e novos métodos de investigação.

FORMATAÇÃO
Orientações para envio do resumo
Título: até 80 caracteres.
Tamanho do texto: entre 800 e 1000 palavras, excluindo bibliografia referenciada (item obrigatório, de acordo com as normas da APA - American Psychological Association).
Formatação: Arial 12, espaçamento 1,5 entrelinha.
Minicurrículo: até 150 palavras.

Orientações para envio do artigo completo
Tamanho do texto: até 3.000 palavras.
Formatação: de acordo com template a ser enviado posteriormente aos selecionados.
Os trabalhos que não atenderem às normas serão desclassificados.

INFORMAÇÕES PARA ENVIO
O documento deve ser salvo em uma extensão compatível com software editor de texto (exemplos: .docx / .doc ou .odt) e enviado para o seguinte e-mail: publicacao@nic.br<mailto:publicacao@nic.br>

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Sobre o Cetic.br
O Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), do NIC.br, é responsável pela produção de indicadores e estatísticas sobre a disponibilidade e uso da Internet no Brasil, divulgando análises e informações periódicas sobre o desenvolvimento da rede no País. O Cetic.br é um Centro Regional de Estudos, sob os auspícios da Unesco.
Mais informações em: http://www.cetic.br/.

segunda-feira, 25 de novembro de 2019

Revista Teias publica edição especial: Educação ativista na cibercultura: experiências plurais

A revista Teias, do PROPED/UERJ, acaba de publicar edição especial intitulada Educação ativista na cibercultura: experiências plurais. O dossiê é integrado por artigo de pesquisadorxs do grupo LER intitulado Ativismo em rede e pedagogia decolonial articulados por mulheres negras no YouTube. Segundo as editoras do número temático,  Andrea Lapa, Cristiane Porto, Maria Luiza Oswald, "[e]ste dossiê da Revista Teias compila estudos, pesquisas e práticas que veêm tensionar e dar visibilidade às formas de resistência e luta presentes no cotidiano educacional. Visa, de igual modo, apresentar propostas que apontem alternativas latentes para uma educação emancipadora na Cibercultura". 


Os artigos publicados apresentam estudos de pesquiadorxs das diversas regiões do país e da Espanha e Portugal, abordando temáticas como o ativismo de mulheres negras no YouTube, blogs feministas no Tumblr, violência de gênero e ódio nas redes sociais, dentre outras.


Novo livro Multimodalidade e Práticas de Multiletramentos no Ensino de Línguas

Acaba de ser publicado novo livro, com acesso livre, intitulado Multimodalidade e Práticas de Multiletramentos no Ensino de Línguas. A obra possui prefácio de Roxane Rojo e capítulos com temas diversos sobre multimodalidade, gêneros digitais e discursivos, escrita colaborativa, transmídia e estudos empíricos em contextos de aprendizagem.


terça-feira, 15 de outubro de 2019

Novo livro ALFABETIZAÇÃO, LETRAMENTO E MULTILETRAMENTOS EM TEMPOS DE RESISTÊNCIA

Acaba de ser lançado novo livro intitulado ALFABETIZAÇÃO, LETRAMENTO E MULTILETRAMENTOS EM TEMPOS DE RESISTÊNCIA, obra organizada por Fernanda Coelho Liberali e Antonieta Megale. 

O site da editora informa que: "Este livro surgiu em meio aos desvarios de um (des)governo, extremamente autoritário, que tem como objetivos aparelhar o setor da Educação em termos de produção de pesquisas para fomentar seus próprios projetos e da definição de uma moralidade condizente com seus valores conservadores. Nosso livro expressa a indignação de um grupo de educadores e pesquisadores, que se tornaram também ativistas na defesa de uma educação democrática, cuja finalidade é a produção de alunos críticos e sensíveis às diferenças.  Este é, portanto, um livro-protesto. Esperamos que seja instrumento para o fortalecimento daqueles que acreditam que a educação pode oferecer as bases para a construção de uma sociedade mais justa, mais crítica, mais equânime, mais ativa e mais transformadora. Inspiradas por Freire, Vygotsky e tantos outros educadores, oferecemos aos leitores a possibilidade de reflexão para sua ação como unidades inseparáveis da práxis de viver. Convidamos, pois, os leitores a resistir-expandir em direção à edificação de um país mais equânime e justo. Força e coragem!". 

quinta-feira, 10 de outubro de 2019

Nova edição da Technology, Pedagogy and Education critica frágil teorização na área

Acaba de ser publicada edição temática da revista Technology, Pedagogy and Education intitulada Theorising technology in education (Teorizando a tecnologia na educação). No editorial, os editores apontam avanços recentes no campo de pesquisas, mas afirmam que: "não há como evitar o fato de que existem deficiências na literatura sobre tecnologia na educação e questionamentos que tem sido feitos sobre: ​​abordagens super-deterministas; categorizações binárias; romantismo excessivo; resultados excessivamente descritivos; falta de envolvimento com metodologias decolonizadoras; e muito pouca teorização sobre ferramentas". Cada um desses seis tópicos listados é detalhado no artigo introdutório. Os autores concluem afirmando que: "Um desafio particular em teorizar a pesquisa em tecnologia é articular a relação entre pessoa, ferramenta e ambiente e, em particular, dizer algo sobre as oportunidades de agência individual, sem, como visto anteriormente, ser excessivamente otimista ou pessimista. Isso pode ser feito recorrendo a diferentes tradições disciplinares - não apenas a sociologia, mas também a filosofia, a lingüística ou os estudos literários e assim por diante. Isso também precisa ser feito olhando para trás, usando categorias conceituais do passado, mas adaptando-as para novos contextos". 


O número especial traz quatro artigos que apresentam estudos com maior densidade teórica, segundo os editores, e que versam sobre 1) brinquedos conectados à Internet em lares (aprendizagem informal) e ambientes da primeira infância (aprendizagem formal) e desenvolvimento de uma estrutura social ecológica para explicar o que está acontecendo; 2) analise dos padrões de desigualdade na alfabetização digital dos alunos a partir da teoria da prática de Pierre Bourdieu; 3) uso da Teoria ator-rede (TAR) em pesquisa sobre práticas de ensino e aprendizagem com alunos do ensino médio em uma escola na Austrália; e 4) o uso que os jovens fazem da tecnologia a fim de explicar seu comportamento com base  na Teoria das Zonas de Valsiner a fim de fornecer uma perspectiva sobre a agência como responsável pela participação social e pela internalização.

sexta-feira, 4 de outubro de 2019

Black Mirror e a educação em novo dossiê temático

Acaba de ser publicado novo dossiê temático cuja temática se desenvolve a partir de elementos dos episódios da série Black Mirror e pesquisas e temas do campo da educação. O número especial da revista Diálogo Educacional intitula-se: A CIBERCULTURA CONTADA NA SÉRIE BLACK MIRROR: dilemas, fundamentos e provocações para a educação e a formação de professores nos cotidianos. Segundo as organizadoras, "Cabe, então, nos questionar: o que agrega Black Mirror ao nosso trabalho como professores/as-pesquisadores/as da cibercultura? Para responder essas questões, buscamos tecer múltiplos pontos de vista teórico-metodológico-epistemológicos que se desdobram nos ... artigos [publicados] . 


segunda-feira, 30 de setembro de 2019

Novo livro sobre TAR e educação

Acaba de ser publicado livro organizado pelos pesquisadores Francisco Angelo Coutinho e Gabriel Menezes Viana sobre a Teoria Ator-Rede (TAR) e educação. O livro tem prefácio da profa. Geane Alzamora, da UFMG, traz um capítulo introdutório teórico com principais elementos da TAR, teoria mais conhecida pelos trabalhos do filósofo Bruno Latour, e artigos temáticos em que a TAR foi empregada na análise de casos diversos no contexto educacional (formação de professores, gestão participativa,  educação em ciências, dentre outros).


segunda-feira, 16 de setembro de 2019

Processo aberto de edição da nova versão do livro Educar na Era Digital

O veterano pesquisador canadense Tony Bates está finalizando a segunda edição do livro Educar na Era Digital e, ao longo desse processo, tem disponibilizado rascunhos dos novos capítulos online para comentários dos leitores interessados.
Vale conhecer o processo de edição aberta e também os temas emergentes que serão incorporados ao novo material a ser lançado no início do próximo mês. Links para a primeira edição traduzida e para comentários críticos do autor sobre esse processo aberto de edição.



terça-feira, 10 de setembro de 2019

Novas plataformas e sistemáticas para divulgação do conhecimento científico


Artigo da revista Nature relata novos procedimentos utilizados por plataformas digitais focadas na divulgação do conhecimento científico na área da Física e que utilizam processos mais transparentes de revisão-cega pelos pares, elimina a categoria de artigos rejeitados integralmente e permite comentários dos internautas, dentre outras inovações. Neste aspecto, destacam-se as plataformas quantum (https://quantum-journal.org/), researchers.one (https://www.researchers.one/) e SciPost (https://scipost.org/ 


O artigo afirma que "muitos acham que os periódicos são uma relíquia do passado, executando um sistema irresponsável de revisão por pares que exerce uma influência enorme nas carreiras dos pesquisadores". E concluiu:"Em última análise, a questão com a qual estamos lidando é: qual é o propósito de uma revista hoje? É fácil encontrar uma resposta rápida. Reconhecer que os periódicos estão mudando para plataformas de informação que fornecem uma gama de serviços a diferentes grupos constituintes provavelmente fornecerá insights melhores sobre sua evolução futura".

quarta-feira, 4 de setembro de 2019

Reflexões sobre capitalismo de vigilância e informática educativa

A escritora e pesquisadora Audrey Watters, que produz há quase dez anos o excelente blog Hack Education, publicou recentemente artigo em que apresenta ideias do livro A Era do Capitalismo de Vigilância, de Shoshana Zuboff, e discute a relação de algumas ideias da autora com o estágio atual da área de informática educativa. 
Watters alerta para as ações do google e Facebook, em particular, que fomentam ações no campo da educação e dessa forma coletam e utilizam dados de usuários nesse contexto a fim de obter lucrativa exploração comercial e polêmica influência comportamental (desde os primórdios da informática educativa, na perspectiva de B. F. Skinner e outros), na linha de Zuboff.  "O aprendizado personalizado depende da extração e análise de dados; exorta e recompensa os alunos e promete que todos alcançarão 'alto conhecimento'. Dá a ilusão de liberdade e autonomia talvez - pelo menos em sua própria forma de ver as coisas; mas o aprendizado personalizado é fundamentalmente sobre condicionamento e controle", critica. 

sexta-feira, 30 de agosto de 2019

Livro sobre análise de redes sociais de pesquisadores da América Latina

Encontra-se disponível o livro La Vida en Redes, resultante de seminário realizado pelo Centro Interdisciplinario de Estudios Avanzados (CIEA) de la Universidad Nacional de Tres de Febrero (UNTREF) na Argentina sobre Análise de Redes Sociais (ARS) com artigos que utilizam esse arcabouço metodológico para investigar manifestações e temas variados nas redes sociais.

terça-feira, 27 de agosto de 2019

GitHub Classroom lança integração com AVAs populares

O portal/comunidade GitHub, que pertence à Microsoft, lançou recentemente a integração automática da área educacional da interface, chamada GitHub Classroom, com AVAs que têm se tornado muito populares, como Google Classroom, Moodle, Canvas e D2L Brightspace (o Blackboard poderá aderir em breve). O GitHub é um dos maiores portais para o desenvolvimento compartilhado de projetos na área da computação e busca fomentar a criação e o desenvolvimento de desenvolvedores de novos projetos.

A razão anunciada para a integração é que, dessa forma, conteúdos e práticas do ensino de ciências da computação (programação, em particular) hospedados pela comunidade de desenvolvedores no GitHub poderão chegar de forma mais fácil e direta às escolas que utilizam os AVAs parceiros, difundindo e ampliando o ensino da computação.

O GitHub Classroom permite que professores utilizem o fluxo de trabalho do GitHub em sala de aula, criando links das tarefas com o código inicial a ser desenvolvido.



sexta-feira, 23 de agosto de 2019

Estudo sobre empresa privada de materiais didáticos demonstra falta de foco na qualidade da aprendizagem no ensino superior


A principal revista da AERA, a associação norte-americana de pesquisa em educação, acaba de publicar um artigo intitulado Pedagogy and Profit? Efforts to Develop and Sell Digital Courseware Products for Higher Education (Pedagogia e Lucro? Esforços para desenvolver e vender produtos de material didático digital para o ensino superior) de Matthew Regele, da Xavier University. Trata-se "de relato de 15 meses de estudo etnográfico [com 117 entrevistas sobre a EduTech] com dados para examinar os esforços de uma organização para desenvolver e vender material didático para uso no ensino superior. Os dados sugerem que os membros da organização interpretam o acesso educacional e o desenvolvimento de produtos, o suporte educacional e esforços de vendas de forma consistente com os objetivos de lucro, o que pode promover maior acesso a diplomas, mas afetar negativamente a aprendizagem e exacerbar as diferenças de qualidade entre instituições".

Dentre os resultados da pesquisa, destaca-se: "Examinando os esforços de uma organização para melhorar os resultados educacionais e econômicos em nível individual - ao mesmo tempo gerando lucro - por meio do desenvolvimento e a venda de produtos didáticos digitais, este estudo demonstra como as preocupações com o lucro e a compreensão limitada da pedagogia podem gerar materiais e ferramentas de aprendizagem consistentes com o foco na obtenção do diploma -- ao invés da qualidade da aprendizagem -- como característica preponderante no ensino superior

quinta-feira, 22 de agosto de 2019

Descolonizar as tecnologias em debate

O pessoal do coletivo BaixaCultura publicou uma entrevista-bate-papo e alguns materiais de estudos muitos bons sobre a temática da descolonização das tecnologias, ou seja, outras epistemologias foram da tradição eurocêntrica que nos permitem analisar e refletir sobre tecnologias digitais e sociedade hoje -- no caso o material parte de ideias do ativista africano Frantz Fanon e amplia para autores mais contemporâneos.