terça-feira, 27 de novembro de 2018

Manifesto para a cidadania e educação digital

Docentes e pesquisadores de algumas das mais reconhecidas instituições universitárias do mundo publicaram um manifesto para a cidadania digital. Entre os signatários do documento estão o prof. Derrick de Kerckhove, da Un. de Toronto, Cosimo Accoto, research affiliate at MIT, Mario Pireddu, da Un. degli Studi della Tuscia,  José Bragança de Miranda, da Un. Nova de Lisboa, e Massimo di Felici, da USP. 

Segundo a página web do projeto, "o texto do Manifesto está dividido em quatro partes e tem como objetivo apresentar um campo de pesquisa, estudo e reflexão sobre as mudanças aportadas pela web e pelas redes digitais na participação dos cidadãos, nos processos decisórios e na política em geral". 

Destaque para o ítem 19 do tópico Educando para cidadania digital: "Educar para a cidadania digital é agora um dever para a nossa sociedade e para todas as instituições educacionais públicas e privadas. Significa educar para uma participação responsável, para uma interação consciente para contribuir a construir as habilidades de todos em um mundo cada vez mais conectado. Nossa tarefa é, portanto, aprender a construir redes melhores e mais inteligentes".

segunda-feira, 26 de novembro de 2018

Os princípios da internet livre e participativa

Artigo do jornal El País relata, além da iniciativa já conhecida de Tim Berners-Lee pela retomada de princípios centrais da internet livre e participativa, outros projetos importantes que buscam retomar o que a rede possui de melhor, com destaque para os projetos nos EUA (Solid) e no Brasil (rede social Multiverso).
Texto complementar sobre a privacidade na rede relata detalhes do ato de retomada da privacidade promulgado neste ano pela comunidade européia (GDPR) e os desafios para isso no Brasil.


quarta-feira, 14 de novembro de 2018

Nova edição temática do LMT sobre As Interseções de Aprendizagem, Tecnologia e Política em um Clima de Medo e Opressão


Acaba de ser publicada nova edição temática, intitulada New Narratives for Solidarity, Resistance, and Indignation: The Intersections of Learning, Technology, & Politics in a Climate of Fear, Oppression (Novas Narrativas para Solidariedade, Resistência e Indignação: As Interseções de Aprendizagem, Tecnologia e Política em um Clima de Medo e Opressão) do periódico Learning, Media and Technology. Artigos abordam temáticas que incluem a resistência da juventude através da mídia artística, a resistência crítica de garotas negras através do Snapchat, o uso de espaços digitais para a resistência contra discursos maléficos, os memes e a violência simbólica, dentre outros.

No editorial, os pesquisadores Antero Garcia e Thomas M. Philip alertam para os riscos à democracia nos tempos atuais em todo o mundo. Eles apresentam o novo número afirmando que: "Esta edição apresenta uma pesquisa explorando como o atual ambiente sociopolítico nacionalista e opressivo - visto globalmente - molda as identidades dos jovens e as práticas de aprendizagem em ambientes formais e informais. Realizamos a curadoria desse trabalho para interrogar como o aprendizado e o papel da tecnologia são afetados e criamos um clima político que continua a levar a um aumento nos movimentos globais de extrema direita, como os que estão em evidência na esteira de recentes protestos importantes. eventos como o Brexit e a eleição presidencial dos EUA em 2016". E denunciam o avanço político conquistado com base em campanhas baseadas no racismo, intolerância religiosa, misoginia, xenofobia e agressão sexual, com desrespeito à ciência e ao meio ambiente. Práticas que, segundo os autores, continuam também a causar danos na sala de aula e no seio de muitas famílias, particularmente aquelas integradas por negros, refugiados, crianças e indivíduos LGBT+.

Os editores são enfáticos ao afirmarem que: "Escrevemos isso reconhecendo que a vasta maioria da pesquisa educacional - particularmente de sala de aula - é conduzida agora sem reconhecer os contextos sociopolíticos que pressionam as vidas dos jovens de hoje. À medida que os alunos freqüentam escolas nos EUA, são apresentados lembretes de que os jovens estão atualmente em gaiolas, são vítimas de violência e mortes desarmadas e são impingidos a debates sobre a moralidade da suposta agressão sexual. Para considerar a melhoria dos resultados de aprendizado dos alunos, devemos primeiro reconhecer os danos substanciais que estão sendo causados ​​tanto pela cegueira das escolas quanto às necessidades de cuidar dos jovens e as abordagens normativas da pesquisa educacional em comunidades vulneráveis".

E fazem um importante alerta aos pesquisadores do campo: “O foco para entender a interseção entre aprendizagem, tecnologia e política mudou nos últimos dois anos. Se estivéssemos escrevendo isso até dois anos atrás, nosso foco provavelmente teria sido o papel dos algoritmos na modelagem dos contextos e sistemas de aprendizado e política. No início de 2017, com o surgimento do escárnio por "notícias falsas" e o medo de bots, teríamos enfatizado o uso das mídias sociais para espalhar a desinformação. Enquanto escrevemos isso hoje, nos EUA podemos mudar o foco para as tentativas de Trump de controlar a disseminação de informações. A política da tecnologia e, por sua vez, a política de aprendizagem muda rapidamente. No centro desses contextos estão alguns temas básicos que devem ser centrados além da ênfase tecnológica: que informação pode ser confiável? E em que comunidades interagimos, contribuímos e aprendemos? Ferramentas e seus usos são muitas vezes centrados nas chamadas para pesquisa e política; alterar como os alunos interpretam as notícias, destacando a natureza opaca dos algoritmos e buscando soluções para as plataformas de mídias sociais voltadas para o lucro, que podem trafegar com uma retórica odiosa, destacam-se dentre as demandas da defesa liberal. No entanto, estes são parte e parcela de um reconhecimento mais duradouro de que - para muitas comunidades vulneráveis – nunca houve confiança em sistemas que não foram projetados por ou para eles; a confiança depende da identificação dentro de comunidades particulares, não de plataformas particulares ou paradigmas sociopolíticos”.

segunda-feira, 12 de novembro de 2018

Tim Berners-Lee lança movimento mundial a favor da internet livre e aberta


Tim Berners-Lee,  diretor do World Wide Web Consortium e considerado o "pai" da internet, lançou um site de petição pelos princípios essenciais da Internet Livre e Aberta na tentativa de barrar o monopólio da rede pelos cinco grandes grupos econômicos da área que a di$putam em detrimento dos reais interesses dos usuários. Neste vídeo Berners-Lee detalha esses princípios e o movimento atual encabeçado por ele.

O Projeto convida-nos também a enviar relatos em vídeos sobre nossos usos da Internet para a produção de um material audiovisual compilado a ser publicado no mês de março de 2019.

Segundo o website, o Contrato para a Web possui:
PRINCÍPIOS ESSENCIAIS
A web foi projetada para unir as pessoas e tornar o conhecimento disponível gratuitamente. Todo mundo tem um papel a desempenhar para garantir que a web sirva à humanidade. Ao se comprometer com os seguintes princípios, governos, empresas e cidadãos em todo o mundo podem ajudar a proteger a web aberta como um bem público e um direito básico para todos.
E esses princípios estabelecem que:

GOVERNOS:
Garantam que todos possam se conectar à Internet para que qualquer pessoa, não importa quem seja ou onde viva, possa participar ativamente online.

Mantenham toda a internet disponível, o tempo todo, para que ninguém tenha o direito de acesso total à internet.

Respeitem o direito fundamental das pessoas à privacidade para que todos possam usar a internet de forma livre, segura e sem medo.

EMPRESAS:
Tornem a Internet acessível e acessível a todos, para que ninguém seja excluído do uso e da configuração da Web.

Respeitem a privacidade e os dados pessoais dos consumidores para que as pessoas estejam no controle de suas vidas on-line.

Desenvolvam tecnologias que apoiem o melhor da humanidade e desafiem o pior, para que a web seja realmente um bem público que coloque as pessoas em primeiro lugar.

CIDADÃOS:
Sejam criadores e colaboradores na web para que a web tenha conteúdo rico e relevante para todos.

Construam comunidades fortes que respeitem o discurso civil e a dignidade humana para que todos se sintam seguros e bem-vindos online.

Lutem pela web para que a web permaneça aberta e um recurso público global para pessoas em todos os lugares, agora e no futuro.

quarta-feira, 7 de novembro de 2018

As tecnologias digitais e a educação a distância no novo livro Reinventando Freire

O Instituto Paulo Frente lançou, em parceira com o professor Martin Carnoy, da Stanford University, o livro intitulado Reiventando Freire. A Práxis do Instituto Paulo Freire em celebração ao aniversário de 50 anos do livro A Pedagogia do Oprimido. A obra está disponível para download gratuito mediante cadastro e centra-se na atualidade das ideias e proposições do mais importante filosofo da educação brasileiro. Segundo Moacir Gadotti, organizador da obra e co-editor do livro, "a educação, no mundo, passa por uma crise grave, associada à crise civilizatória atual, e Paulo Freire pode ser uma inspiração para o surgimento de novas políticas públicas de educação [...] Sim, nós temos referenciais. Nós temos caminhos a seguir. Não estamos perdidos. Nós caminhamos por sendas de lutas e utopias, com um novo jeito de caminhar, juntos, na reinvenção de Freire, mantendo viva a luta por uma educação emancipadora. E somos apaixonados pelo que fazemos".


Além das discussões de temática geral a partir dos princípios da obra freireana, o livro contém capítulos que buscam dialogar mais especificamente com o campo das tecnologias digitais na educação e a EaD. Nesses casos, reforçam diversos princípios do pensamento e da práxis freireana, mas se fragilizam ao revelar dificuldades par abordar especificidades das práticas ciberculturais e dos sujeitos que atuam em redes, distanciando-se por vezes de problemáticas centrais do campo do ensinar e do aprender hoje. Paulo Blikstein (Stanford University), em capítulo intitulado Paulo Freire vai a Palo Alto: tecnologias e pedagogias ensinar progressistas, argumenta que a busca de uma real "educação personalizada" e da Cultura Maker nas escolas de elite localizadas no coração do capitalismo norte-americano abrem espaço para muitas ideias de Freire hoje naquele país, onde tradicionalmente já estão muito presentes nas iniciativas da educação progressista junto às camadas menos favorecidas economicamente.

Na seção da obra dedicada ao Ensino Superior, Paulo Roberto Padilha (USP) contribui com o capítulo intitulado EAD freireana como educação emancipatória e criativa, com base na colaboração com fins de formação crítica e construção criativa e coletiva do conhecimento em comunidades virtuais de aprendizagem, ainda que de forma pouco detalhada e sem tratar de muitas das especificidades de práticas atuais dos estudantes com tecnologias digitais em rede. Anderson Fernandes de Alencar (USP/UFRPE) é o autor do capítulo Lições do passado e educação do futuro: informática, software livre e compartilhamento do conhecimento em Paulo Freire. Com base em pesquisa para sua dissertação de mestrado, o autor apresenta aspectos da filosofia do software livre e menciona brevemente o que chama de Pedagogia da Migração, referindo-se a experiência de troca de software proprietário por software livre por uma ONG pesquisada. No tópico sobre compartilhamento do conhecimento,  relata a experiência do projeto “Paulo Freire Memória e Presença: preservação e democratização do acesso ao patrimônio cultural brasileiro. O autor aponta também para o papel das metodologias da sala de aula invertida, do ensino híbrido e da produção de conhecimento com liberdade e autonomia para o futuro da educação de base freireana.


terça-feira, 6 de novembro de 2018

Novo livro sobre análise de redes sociais

Pesquisadores da UFMG lançaram recentemente livro, disponível na internet e gratuito para download, que aborda em profundidade as teorias e práticas de pesquisa sobre redes sociais. A obra, intitulada Análise de Redes em Ciências Sociais, parte de conceitos clássico da sociologia de Georg Simmel e apresenta conceitos diversos relacionados ao objeto de estudo. Traz também exercícios reflexivos e práticos que permitem ao leitor se familiarizar com alguns conceitos tratados, bem como um exercício mais robusto de análise de redes utilizando-se dois softwares recomendados, Ucinet e Pajek. O trabalho é fruto das atividades do grupo interdisciplinar de pesquisas GIARS.


segunda-feira, 5 de novembro de 2018

VIII Fórum da Internet no Brasil acontece a partir de hoje


Realiza-se a partir de hoje, em Goiânia, o VIII Fórum da Internet do Brasil, que discute diversos aspectos de governança da rede e é promovido anualmente pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) desde 2011 e consiste em atividade preparatória para o Fórum de Governança da Internet (IGF), evento global promovido pela Organização das Nações Unidas na próxima semana em Paris. Algumas atividades estão sendo transmitidas ao vivo pelo link. A participação remota em tempo real pode ser realizada através do WebApp do evento. O evento segue até o dia 07 deste mês.




Edição especial sobre Formação Docente na Era da Mobilidade

O periódico Tempos e Espaços em Educação, da Universidade Federal de Sergipe, acaba de publicar edição especial sobre Formação Docente na Era da Mobilidade com 11 artigos inéditos de pesquisadores das diversas regiões do país. O número atual traz também Seção Temática sobre Teorias Educacionais e Métodos de Pesquisa em Educação. Artigos de livre acesso para leitura e download.