terça-feira, 23 de fevereiro de 2021

Revista Perspectiva publica edição temática sobre APPs e escola

A tradicional revista Perspectiva, da UFSC, acaba de publicar novo número com o tema APPrendizagem na Era Digital: (re)conhecimentos em contexto escolar (link). Destaque para o artigo intitulado Desafios práticos na formação docente para o uso de aplicativos como recursos educacionais, pois o tema e a prática continuam sendo grandes desafios a serem enfrentados e vivenciados nas escolas. 

O resumo do artigo: "... o artigo aqui apresentado se propõe a discutir os desafios práticos da formação docente para o uso das mídias em sala de aula, tendo como pano de fundo a compreensão do potencial pedagógico do uso de aplicativos como recursos educacionais. Para isso, foram analisados qualitativamente os resultados de uma pesquisa feita com professores das redes públicas de educação básica atuantes em Florianópolis, SC. Levantou-se, a partir das respostas dos professores, desafios práticos para a integração de tecnologias digitais em sala de aula, notadamente de aplicativos: a compreensão do potencial educativo dos recursos disponíveis e as mudanças metodológicas necessárias para sua aplicação; a falta de investimentos em infraestrutura na escola; e a ainda insuficiente formação docente para uso de tecnologias educacionais. Como resultados são propostos caminhos metodológicos possíveis para facilitar essa integração, assim como a apresentação de exemplos de uso de aplicativos como recursos educacionais digitais, ressaltando-se a importância fundamental do apoio estrutural para que essas mudanças possam ser efetivadas em sala de aula".

Outro artigo importante é intitulado O protagonismo de estudantes da Educação Básica a partir do desenvolvimento de aplicativos para smartphone. Outros artigos abordam processos de gamificação na escola, a leitura literária digital, o uso de app de vídeo no intercâmbio e aprendizagem de línguas, dentre outros.



quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021

Revista ETD, da UNICAMP, lança edição temática intitulada Educação, recomeços: o novo sempre vem

A revista ETD, da UNICAMP, acaba de lançar edição temática intitulada Educação, recomeços: o novo sempre vem (link).  Artigos abordam pesquisas realizadas sobre técnicas de inteligência  artificial  e  virtualização incorporadas  em  ambientes  virtuais  de  ensino  e  aprendizagem;  uso  de  aplicativos  móveis educacionais em sala de aula; práticas pedagógicas na EaD; e práticas pedagógicas inovadoras como uso de tecnologias digitais em cursos de formação inicial de professores. 

Por se tratar de uma revista multidisciplinar com foco na área de educação, autores dos artigos possuem formação diversa nos vários campos do saber, incluindo a sociologia e antropologia,  a difusão do conhecimento, a administração e a engenharia da produção. Isso enriquece a diversidade de olhares sobre a temática da educação e tecnologias digitais. Vale a leitura dos artigos para que se possa conhecer e debater sobre o conhecimento produzido a partir dessas perspectivas ampliadas. 

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

Meta-edtech, o significado de tecnologia educacional e Google e o "novo" professor: destaques da nova edição do Learning, Media and Technology

Acaba de ser publicada a primeira edição de 2021 do periódico Learning, Media and Technology (link). O editorial discute dois novos componentes do campo de estudo surgidos em 2020 e que denominam meta-edtech: "dois tipos específicos de organizações e plataformas de tecnologia associadas tornaram-se especialmente evidentes durante o primeiro ano da pandemia: novos intermediários de evidências edtech projetados para educar líderes, professores e especialistas em compras sobre as evidências de 'o que funciona' em tecnologia educacional; e empresas de inteligência de mercado edtech que ajudam os investidores a 'aprender' sobre o valor de investir em tecnologias educacionais"(em tradução livre). Segundo o editor Ben Williamson, meta-edtech "significa tecnologias educacionais emergentes relacionadas à edtech, desenvolvidas e hospedadas por organizações intermediárias que operam entre diferentes grupos constituintes do ecossistema edtech. Parece provável que as organizações meta-edtech e suas plataformas para avaliar edtech se tornarão cada vez mais influentes no financiamento e na modelagem do desenvolvimento e uso de edtech nos próximos anos". Nesta edição, destaque para dois artigos:

O primeiro é intitulado What in the world is educational technology? Rethinking the field from the perspective of the philosophy of technology, de Tao An e Martin Oliver. A partir de formulações filosóficas de Marx e Heidegger, o artigo propõe " uma fundação [filosófica] que possa ajudar os pesquisadores a repensar a tecnologia educacional, expandindo a pesquisa para dar conta das relações humano-educação, humano-tecnologia e educação-tecnologia. Propõe-se que as relações humano-educação devem fazer com que os alunos ‘se tornem o que são’, destacando sua subjetividade ao invés de se concentrar na informação. As relações homem-tecnologia podem mudar o foco da prática de design [da prática educacional], de modo que a tecnologia não seja vista apenas como uma ferramenta eficiente, mas como algo "útil" para as necessidades educacionais das pessoas".

O segundo artigo, que está aberto para livre acesso no momento no site da editora, é intitulado Google and the end of the teacher? How a figuration of the teacher is produced through an ed-tech discourse, de Malin Ideland. O artigo "analisa como se constrói a imagem do professor dentro de um discurso ed-tech e como ele organiza como pensamos o ensino hoje. Foi baseado em entrevistas com 25 ‘edupreneurs’ que vendem hardware, software e / ou desenvolvimento profissional para ferramentas digitais para escolas suecas. A análise ilumina como o "professor desejado" é semelhante ao que é conceituado como uma cultura do Vale do Silício, privilegiando características valorizadas no setor de TI. Esse professor orienta em vez de dar aulas, é flexível e está pronto para trabalhar quando e onde quer. Ele personaliza seu trabalho de acordo com o aluno e suas necessidades de conhecimento, localização e prazos, enfatizando que a educação é um negócio pessoal. Acredita-se que partes "enfadonhas" do trabalho (classificação e avaliação) sejam assumidas pela tecnologia. O professor deve ser aquele que promete diversão e criatividade para formar sonhadores do futuro e trabalhadores na economia do conhecimento".

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2021

Novo livro sobre multiletramentos da série Informática na Educação

Acaba de ser lançado novo livro intitulado Multiletramentos e Informática na Escola, de autoria de Marcelo Buzato, professor da UNICAMP e um dos mais profícuos teóricos nessa área no país (link). O livro integra a série de publicações Informática na Educação da SBC (Sociedade Brasileira da Computação) e traz os seguintes capítulos/temas, além de leituras recomendadas e exercícios sobre os temas abordados: 

1 A informática como o novo tempo do espírito humano

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

Novo dossiê temático "O Governo dos Algoritmos: A Morte da Política?"

 

Acaba de ser publicado dossiê temático intitulado "O Governo dos Algoritmos: A Morte da Política?" na Revista de Filosofia Moderna e Contemporânea, da UnB (link). O número especial foi editado pelos professores Maria Cecília Pedreira de Almeida, Marco Antonio Sousa Alves que assim definem um governo por algoritmos: "uma atividade que afeta, guia e formata nossa ação. O foco do governo reside assim em “conduzir condutas” e “ordenar a probabilidade”, ou seja, no direcionamento dos comportamentos por meio de incitação, indução, sedução ou constrangimento e proibição, de modo a tornar mais ou menos provável um determinado curso de ação. Nesse sentido, podemos dizer que uma nova estratégia de governo é colocada em funcionamento por meio de complexos algoritmos, que cada vez mais direcionam nossas condutas e influenciam decisivamente nossas práticas de consumo, nossas escolhas políticas e a formação de nossas opiniões. Esse novo governo baseia-se fundamentalmente na vigilância e extração automatizada de dados (dataveillance) que são processados, filtrados e correlacionados (datamining) de modo a permitir a elaboração algorítmica de perfis (profiling), capazes de antecipar comportamentos e agir sobre as ações futuras".

O dossiê traz artigos estudos que abordam as interfaces da temática com questões do ativismo social, das subjetividades das populações, as redes sociais, a docência e a técnica, dentre outros.

Destaca-se, na temática da educação, o artigo intitulado O Ato Docente na Era da sua Reprodutibilidade Técnica: Aula, Educação e Ensino Remoto, de autoria do professor Denilson Soares Cordeiro, da UNIFESP. O resumo do trabalho é: O ensaio aborda o chamado ensino remoto como a versão atualizada e político-tecnológica do agravamento das decisões oficiais contra a educação pública e o direito à educação de qualidade. Nesse sentido, procuro apresentar uma discussão tomando como base relatos da minha própria experiência na docência universitária e na pesquisa que tem como campo a escola pública, para, em seguida, discutir os termos contextuais do problema no âmbito do “extrativismo de dados” das grandes empresas norte-americanas de tecnologia, que gerem exclusivamente toda produção, transmissão e armazenamento de dados no ensino remoto público, com base naquilo que Evgeny Morozov chama de“solucionismo tecnológico”.