terça-feira, 31 de maio de 2022

A pedagogia crítica de Paulo Freire e os ambientes interativos de aprendizagem

Em editorial intitulado Why we need critical pedagogy in post pandemic interactive learning environments (Porque precisamos da pedagogia crítica em ambientes interativos de aprendizagem pós-pandêmicos), Pericles ‘asher’ Rospigliosi, pesquisador da Universidade de Brighton, destaca a importância global das ideias de Paulo Freire e do livro Pedagogia do Oprimido na mais recente edição do periódico Interactive Learning Environments (link). Rospigliosi enumera três elementos centrais das formulações do educador brasileiro para o campo dos ambientes interativos: abraçar a pedagogia crítica, identificar os riscos de uma cultura do silêncio e reconhecer as deficiências do modelo bancário de educação. Nesse sentido, o autor critica o fato de que "existem muitos ambientes de aprendizagem interativos onde o aluno é visto como um recipiente passivo no qual o conhecimento é colocado" e frisa que "o modelo bancário é bastante evidente em muitas abordagens de ensino vistas como treinamento, por exemplo, ao usar a gamificação para desenvolver a conformidade".  

Rospigliosi também afirma que "muitos sistemas de aprendizagem, a inteligência artificial e os algoritmos podem (e o fazem) codificar e perpetuar padrões de injustiça racial e cultural" e alerta para o fato de que sistemas digitais podem desempoderar usuários através de práticas de vigilância em rede. E finaliza: "O uso de sistemas interativos de aprendizagem pode ser um imenso poder para o bem: ampliando o acesso e facilitando o compartilhamento de ideias e ideais, mas para que essas oportunidades sejam plenamente realizadas, precisamos incentivar uma pedagogia crítica em professores, alunos e aqueles que constroem, compram e gerenciar nossos ambientes de aprendizagem interativos".

segunda-feira, 30 de maio de 2022

O modelo e o avanço global das plataformas educacionais

Em recente editorial do periódico britânico Learning, Media and Technology, o pesquisador Ben Williamson destaca o caso da plataforma educacional indiana BYJU'S, focada no ensino de programação para crianças, que será uma das co-patrocinadoras da próxima Copa do Mundo de Futebol ao lado de Adidas, Visa e outros (link). 

Williamson apresenta e analisa o modelo de negócios da empresa (avaliada em cerca de 22 bilhões de dólares e com 115 milhões de alunos registrados) e seu modo operacional com base em parte no que chama de "data rent" (aluguel de dados). Segundo o autor, "a extração de big data está no centro do modelo de negócios da Big Tech, possibilitada por arranjos legais que tratam os dados como propriedade intelectual que as empresas possuem, controlam e podem reutilizar indefinidamente". Williamson afirma que a empresa "está investindo em big data e IA como caminho para a criação de valor; está se posicionando como uma empresa de tecnologia experimental e inovadora com um 'laboratório' como aqueles onde as grandes empresas de tecnologia incubam produtos inovadores; e está claramente no negócio de extrair aluguel de dados de seus milhões crescentes de usuários como base para a criação desses serviços e produtos que agregam valor".



segunda-feira, 21 de março de 2022

A sala de aula híbrida virtual (em países muito ricos)

Acaba de ser publicado um relato intitulado "The future is bright - the future is hybrid. A virtual tour of four advanced hybrid learning spaces", sobre um workshop europeu em que quatro universidades do continente (da Bélgica, Inglaterra, Finlândia e Holanda) apresentam suas mais modernas sala de aula para educação híbrida virtual (incluindo atividades com professores e alunos localizados no campus e também remotamente em diferentes regiões do planeta) (link).

Há um relato detalhado sobre a intra-estrutura física e tecnológica das salas e imagens de algumas delas que lembram um misto entre um pequeno auditório e estúdio de televisão com diversas telas, microfones e câmeras embutidos no teto e redes sem fio de alta performance. Na universidade belga ela custou 480 mil euros e tem funcionários técnicos dedicados ao seu funcionamento. No caso da Finlândia é possível até fazer um tour 3D de um laboratório para ensino de engenharia. O autor do relato Zac Woolfitt, pesquisador holandês, frisa o alto custo financeiro dessas salas e o desafio de multiplicá-las até mesmo na Europa. Também há que se refletir sobre o fato de que alunos atendendo presencialmente podem estar sendo mais privilegiados do aqueles participando a distância, em particular quando dividem a sala com os professores. Uma sessão para a apresentação e debates sobre as perspectivas pedagógicas utilizadas nessas salas está programada para o dia 12 de maio.

 

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2022

Lista de referências de pesquisas em países diversos sobre educação online no contexto da COVID-19

Editorial de Joseph Psotka para o novo número da revista Interactive Learning Environments intitulado "Exemplary online education: for whom online learning can work better" traz uma lista de referências que é bastante diversa, atual e merece ser explorada. Foram listados trabalhos de 2020 e de 2021 que incluem dados e análises da temática em países como Irã, Moçambique, Malásia, Sérvia, México, China e Paquistão (link). 

As reflexões do texto do artigo, no entanto, são esparsas e pouco relacionadas à realidade brasileira - os pontos abordados parecem estar muito alinhados ao contexto do ditos países ricos do hemisfério norte.

Dentre as referências do texto, destaque também para o artigo citado "COVID-19 and teacher education: a literature review of online teaching and learning practices", de pesquisadoras da Catalunha e de Portugal, com dados sobre a revisão de 134 artigos na temática.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2022

Principais tendências da educação on-line

Artigo recente de Mark Brown, do National Institute for Digital Learning da Irlanda, intitulado "What are the Main Trends in Online Learning?A Helicopter View of Possible Futures" (Asian Journal do Distance Education) destaca sete principais tendências (link): 

  1. convergência - no sentido de modalidades educacionais 'borradas'.
  2. massificação - as muitas faces dos MOOCs e a expansão da modalidade on-line nas escolas presenciais.
  3. abertura - buscando "diálogo mais aberto e pluriversalismo crítico".
  4. interatividade - novos conceitos de presença, pedagogia do cuidado, conversações em profundidade.
  5. diversificação - para além do AVA tradicional,  "como um ecossistema complexo de tecnologias interconectadas".
  6. "big edtech" - novos modelos de educação online de 'marketização', 'plataformização' e 'comercialização'.
  7. tecnologia de educação verde - educação online como parte da solução de problemas ambientais, mas sendo ainda um grande consumidor de energia.

O artigo apresenta uma análise sobre tensões e contradições entre essas tendências, a necessidade de uma visão crítica a despeito do senso de oportunidade trazida pelas mudanças em curso no campo teórico e na prática educacional. O autor também discute as  implicações para teorias, praticas e políticas públicas (em tradução livre):

    • "O planejamento para o aprendizado on-line precisa considerar uma prática social mais ampla.
    • A ascensão da 'Big EdTech' é uma oportunidade e uma ameaça ao sistema educacional atual.
    • As crescentes preocupações ambientais precisam ser levadas a sério em apoiando a 'Green EdTech'.
    • Os educadores desempenham um papel crucial na mediação e moldagem de como o aprendizado on-line é entendido e aplicado na prática.
    • Um espírito esperançoso com uma lente crítica é essencial para encontrar maneiras de o aprendizado on-line resolver problemas reais e contribuir para futuros preferidos".

segunda-feira, 10 de janeiro de 2022

Os melhores artigos em edtech de 2021, em língua inglesa, segundo o NIDL

O National Institute for Digital Learning, sediado na Dublin City University,  acaba de publicar mais uma lista dos 10 melhores artigos em edtech de 2021 (em breve sairá também a lista, em separado, dos 10 mais que abordaram elementos da pandemia da COVID no campo da edtech). 

Foram realizadas três postagens no blog do NIDL explicado o processo de escolha e apresentando dados totalizados das coletas, enfatizando-se que foram incluídos somente jornais de acesso aberto e de língua inglesa. Os artigos selecionados foram listados neste post (link), e a introdução e detalhamento do trabalho de pesquisa foram apresentados nesses dois outros posts (link1 e link2). 

Todos os artigos são excelentes, mas destaco em particular dois: Networked learning in 2021: A community definition, que tem a múltipla autoria de dezenas de pesquisadores da área na busca de construção do conceito de "aprendizagem em rede" e Assembling new toolboxes of methods and theories for innovative critical research on educational technology, de Castañeda e Williamson, que apresenta as falhas, mas também os avanços, no campo de pesquisa em edtech com vistas à pesquisa critica e às perspectivas inovadoras na área.


quarta-feira, 15 de dezembro de 2021

Relatório sobre digitalização da educação superior na América Latina

A empresa D2L está divulgando um relatório em formato de e-book sobre o processo de digitalização do ensino superior ("transformação digital") na América Latina, a partir de pesquisa com quase 5 mil dirigentes e outros profissionais de instituições nos diversos continentes no inicio deste ano, intitulado Transformação digital na educação -Aprimorando a jornada de aprendizagem dos estudantes na América Latina. Há um detalhamento de dados sobre México, Brasil e Colômbia (link). Segundo o material de divulgação da empresa, a pesquisa mostra como a percepção em relação às tecnologias educacionais melhorou em todas as partes do mundo e não foi diferente para o Brasil, Colômbia e México na América Latina. O texto não especifica, mas dá a entender que entrevistados eram de organizações privadas. 

A maioria dos entrevistados acredita que:

Desenvolvimentos tecnológicos aumentam a qualidade do ensino superior (91 por cento na Colômbia, 92 por cento no México e Brasil).

O modelo híbrido de aprendizagem oferece benefícios educacionais superiores ao modelo presencial (84 por cento no México e na Colômbia e 67 por cento no Brasil).

Os empregadores tratam diplomas e certificações da educação online da mesma forma que os certificados de educação presencial (55 por cento na Colômbia, 60 por cento no México e 57 por cento no Brasil).

As instituições precisam se transformar digitalmente para permitir seu crescimento futuro (92 por cento na Colômbia e Brasil e 96 por cento no México)".

Segundo o relatório, Na maioria dos casos na região, a transformação digital vem sendo sustentada pela tecnologia de salas de aula virtuais, que funciona bem de acordo com 62% dos entrevistados que contam com uma estratégia de transformação digital no México, 65% no caso da Colômbia e 52% no Brasil. Outras ferramentas digitais em alta atualmente são as tecnologias móveis (42% dos entrevistados no México), avaliações por vídeo (27% dos entrevistados na Colômbia) e análises de dados de aprendizagem (40% no Brasil)".


quarta-feira, 3 de novembro de 2021

Explorando ideias para uma edtech sustentável

 

No contexto da conferência do clima COP26 que se realiza em Glasgow, na Escócia, o pesquisador britânico Neil Selwyn explora ideias sobre a "edtech sustentável" e publicou, em seu blog, artigo intitulado Resource-constrained EdTech … learning from low-income contexts (EdTech com recursos limitados ... aprendendo em contextos de baixa renda) em que apresenta alguns poucos exemplos de usos das tecnologias digitais na educação em países ditos de baixa renda, em particular da África (link). Sem citar diretamente toda a filosofia e prática das comunidades de software livre, Selwyn alinhava "princípios que podemos levar adiante para repensar a tecnologia educacional para uma era de crise climática. Esses incluem:

  •    Dispositivos de baixa especificação e baixo custo - uma disposição para trabalhar com recursos "bons o suficiente" e uma expectativa de ter que contornar limitações técnicas e avarias;
  •     Adaptabilidade e improvisação - uma vontade de 'fazer e consertar';
  •     Planejamento provisório e instalações e locais temporários - imaginar os lugares e espaços de aprendizagem como contingentes e reconhecer a necessidade de planejamento e programação flexíveis;
  •     Trabalhar fora da rede - expectativa de ter que operar em estados não conectados (tanto em termos de armazenamento de dados quanto de alimentação).
  •     Projetar formas de EdTech que são construídas para resistir a ambientes hostis e garantir uma longevidade de uso - dispositivos que são modulares, reparáveis ​​e robustos.
  •     A formação de comunidades que podem apoiar o uso de tecnologia autossuficiente - isso requer a produção de dispositivos que são facilmente reparáveis ​​e sustentados, incentivando e permitindo uma cultura de "Faça Você Mesmo" (ou melhor ainda, "Façamos Nós Mesmos")."

sábado, 16 de outubro de 2021

Trabalho sobre Processos Formativos e Dádiva na Comunidade de Software Livre na 40a Reunião da ANPEd

Mais uma vez o Grupo LER estará presente nos trabalhos do GT16 da ANPEd durante a 40a Reunião Anual da entidade que se iniciará em 17/10. O doutorando Paulo Farias Camelo Filho irá apresentar o trabalho intitulado Dar, receber e retribuir: Processos formativos e Dádiva na comunidade de Software Livre e Código Aberto, baseado em dissertação de mestrado orientada pelo professor Alcides Gussi no PPGE-UFC. Todos os trabalhos aprovados podem ser acessados pelo link

Eduardo S. Junqueira, coordenador do LER, irá atuar como debatedor de dois trabalhos durante as apresentações: Paulo Freire em educação e tecnologia: estudos da literatura da área, de Jaciara de Sa Carvalho UNESA e Jaqueline Maria Freitas Prioli Novaes UNESA. E Ambiências formativas em tempos de pandemia: aprendendoensinando com os usos do Google e do WhatsApp, de Luis Henrique Monteiro de Castro UERJ e Rosemary dos Santos UERJ.  A programação do GT pode ser acessada no link. Está previsto que essas atividades serão restritas a inscritos no evento.

quarta-feira, 13 de outubro de 2021

Painel Invasão das Plataformas Proprietárias na Educação Básica e Superior em Tempos de Pandemia na ANPEd

 

Integrando a programação da 40a Reunião Anual da ANPEd (link), será realizado o Painel Temático Invasão das Plataformas Proprietárias na Educação Básica e Superior em Tempos de Pandemia, com a participação do coordenador do grupo LER e coordenação dos trabalhos da professora Maria Helena Silveira Bonilla, da Universidade Federal da Bahia

O resumo do Painel: Estamos vendo a invasão das plataformas digitais privadas nas instituições de ensino, em todos os níveis, sob os discursos de gratuidade, qualidade e facilidade de uso. No entanto, os processos de dataficação, vigilância e controle, organizados pela lógica do mercado, impõem riscos para a autonomia dos professores, as dinâmicas curriculares e o gerenciamento da Educação, o que nos propomos a discutir, indicando possibilidades de enfrentamento ao modelo. 

O Painel será realizado na segunda-feira, 18/10, às 18 horas, mas estará restrito aos inscritos na ReuniãoSerão apresentados 3 trabalhos, seguidos de debates, e a atividade integra as atividades do GT16, Educação e Comunicação:

  • Plataformas na educaçãoimplicações pedagógicas e os problemas da dataficação e da vigilância em rede, de Eduardo S. Junqueira, Universidade Federal do Ceará. 
  • Possibilidades de enfrentamento ao modelo de mercado presente no processo de invasão das plataformas proprietárias na educação, de Maria Helena Silveira Bonilla, Universidade Federal da Bahia.
  • A lógica da plataformização em políticas de currículo: algumas reflexões, de Marcelo A. Bairral, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.

segunda-feira, 4 de outubro de 2021

Relatório sobre conhecimentos da área de Inteligência Artificial nos últimos 100 anos

Através de uma iniciativa da Stanford University, que coordena o trabalho de um comitê de pesquisadores da área de Inteligência Artificial (IA), acaba de ser publicado um detalhado relatório sobre a produção do conhecimento no campo das pesquisas sobre o tema (link) intitulado Gathering Strength, Gathering Storms: The One Hundred Year Study on Artificial Intelligence (AI100) 2021 Study Panel Report.

O relatório foi desenvolvido com base em dois seminários temáticos realizados em 2019, cujos resultados foram aprofundados e detalhados por um Comitê de pesquisadores convidados, buscando ampliar o escopo dos relatos para estudos desenvolvidos em todo o mundo (no relatório de 2016 o escopo foi restrito a alguns países do hemisfério norte). O trabalho irá continuar com novos relatórios a serem publicados a cada 5 anos.

Destaque para o formato do texto, de perguntas e respostas (Standing Questions and Responses), onde os especialistas organizaram informações sobre 12 temáticas da área, tais como "quais são os avanços mais importantes em IA?"e "quais são as oportunidades mais promissoras para IA?", dentre outras.

quinta-feira, 30 de setembro de 2021

Pesquisa com a técnica do rastreamento ocular indica design de fóruns mais adequados à educação on-line

Acaba de ser publicado artigo do grupo LER sobre pesquisa desenvolvida em colaboração com pesquisadores da UFC intitulado Análise, através da técnica de rastreamento ocular, de interfaces de fórum virtual que favorecem a educação on-line (link) e que contribui para uma maior divulgação da técnica do campo da educação e para a discussão e reflexão sobre o bom uso das interfaces digitais nas práticas on-line. 

O resumo do trabalho: O artigo apresenta os resultados do mapeamento da interação de 30 alunos universitários ao utilizarem três distintas interfaces de fórum virtuais para estudar. A pesquisa utilizou o método do rastreamento ocular e entrevistas semi-estruturadas para documentar e analisar o processo de navegação dos alunos ao participarem e publicarem comentários nos fóruns. A análise dos dados indicou que interfaces de fórum virtual com design mais tradicional, intuitivo e minimalista, e com menor e mais racional disposição de elementos imagéticos, beneficia o aluno em situações de aprendizagem. Esse tipo de interface evita a frustração, perda de tempo e de foco na tarefa, permitindo o uso efetivo da atenção e memória do aluno na compreensão de conteúdos e resolução de problemas. Movimentos oculares indesejáveis dos alunos indicaram desorientação espacial e sobrecarga cognitiva causada por elementos clicáveis da interface dos fóruns, que foram prejudiciais à navegação dos alunos e, por isso, devem ser evitados, podendo levá-los a abandonar o fórum. Elementos imagéticos acessórios presentes na interface não interferiram negativamente com a tarefa dos alunos, pois foram ignorados por eles durante a navegação nos fóruns, como comprovado pela ausência de fixação ocular. O uso de um fórum de um ambiente virtual de aprendizagem (AVA) padrão tradicional não indicou vantagens para a navegação e realização de atividades quando comparado, pelos alunos, a um fórum generalista de design intuitivo, consistente e minimalista.

segunda-feira, 30 de agosto de 2021

A confusão entre educação remota on-line e EaD continua

No editorial de sua mais nova edição, o American Journal of Distance Education volta a criticar o equívoco da equivalência entre ensino remoto online e educação a distância (link), quando táticas emergenciais para fazer frente à epidemia foram equiparadas com a educação a distância (esta fundamentada em décadas de estudos e práticas), frisando a necessidade para todos de práticas baseadas em evidências científicas produzidas pelo campo de estudos. Segundo Kay Sattuck, "de muitas maneiras, o que observamos foi a melhor tentativa dos professores em sala de aula de continuarem usando a tecnologia enquanto persistiam com a pedagogia da sala de aula. Esta não é a primeira oportunidade perdida para as instituições se prepararem para as demandas dos alunos por oportunidades de aprendizagem de qualidade fora do sistema presencial. Michael G. Moore (no prelo) recentemente comparou o ano de pandemia de 2020-2021 com a "confusão" de muitas universidades na década de 1990, quando "os professores eram simplesmente instruídos a entrar na Internet e ensinar". Agora, “políticos e administradores estão desviando a atenção de sua falha em fornecer treinamento e recursos ...” Educadores com conhecimento de EAD têm uma urgência renovada de compartilhar essa longa história para melhorar a educação para todos os alunos" (em tradução livre).

Ainda sobe os desdobramento negativos da educação a distância no contexto da pandemia do Covid-19, o Open Learning: The Journal of Open, Distance and E-Learning (link) acaba de publicar o artigo intitulado Disrupted distance learning: the impact of Covid-19 on study habits of distance learning university students. Os autores, da Open University do Reino Unido, conduziram pesquisa com 550 estudantes da instituição e concluíram que "da população do estudo, uma média de 36% relatou impactos negativos em suas atividades de estudo e 15% impactos positivos. A análise demonstrou que os impactos negativos nos hábitos de estudo em geral foram associados a dificuldades no gerenciamento da carga de trabalho e interação limitada com outros alunos. Outros fatores, como histórico socioeconômico, nível de estudo, interação limitada com tutores, idade, saúde pessoal, questões de emprego e responsabilidades de cuidar dos filhos relacionam-se a hábitos de estudo específicos. Nossas descobertas têm implicações sobre como as universidades com práticas de ensino à distância novas e existentes lidam com esses fatores e melhor apoiam a atividade de aprendizagem contínua durante a Covid-19 e outras interrupções semelhantes".

O número atual do American Journal of Distance Education também traz um artigo importante e de grande interesse, de autoria de pesquisadoras da Purdue University, intitulado A Systematic Review of Asynchronous Online Discussions in Online Higher Educationque apresenta uma revisão sistemática de 35 artigos sobre o uso do fórum virtual no ensino superior e conclui que não foram investigadas alternativas a esse espaço interativo tão tradicional nas práticas de EaD, a despeito de frágil consenso sobre melhores práticas em seu uso na aprendizagem (link).


segunda-feira, 12 de julho de 2021

Revista Comunicar lança edição temática Redes, movimentos sociais e seus mitos em um mundo hiperconectado

A revista Comunicar lança edição temática Redes, movimentos sociais e seus mitos em um mundo hiperconectado (link). Destaque para os artigos Pesquisa em rede, novas linguagens e simbologias do ativismo digital: uma revisão sistemática de Julio Rodríguez-Suárez | Lorena Morán-Neches | Juan-Bautista Herrero-Olaizola e O herói e a sombra: mitos nos movimentos sociais digitais, de Toby Miller | Eva Aladro-Vico | Paula Requeijo-Rey e Influenciadores digitais da educação no Twitter. Análise de hashtags e estrutura relacional, de Carlos Marcelo | Paula Marcelo.

Em Pesquisa em rede, novas linguagens e simbologias do ativismo digital: uma revisão sistemática, os autores articulam que: "Nos últimos anos, as redes digitais deram lugar a novos espaços de socialização, ação e protesto, favorecendo o surgimento de novas formas de participação social que geram linguagens próprias e novas estratégias simbólicas. A fim de analisar a mobilização online no contexto espanhol e de aprofundar essas realidades, realizou-se uma revisão sistemática dos artigos empíricos, com metodologia própria, publicados na última década pelas revistas espanholas de Sociologia com maior fator de impacto. Após a identificação de 101 estudos gerais que cumpriam os critérios de inclusão iniciais, foram selecionados os 34 que tinham como objeto de estudo a mobilização social online e/ou utilizavam a etnografia virtual como técnica de pesquisa, dos quais resultou a amostra de análise final, composta pelos 16 que abordavam essa questão de forma central. Entre os principais resultados obtidos encontra-se a escassez de publicações acerca da dimensão virtual da mobilização, bem como o crescente uso e adequação da etnografia virtual como metodologia de pesquisa para o estudo desse campo de conhecimento. Além disso, destaca-se a potencialidade da rede para ampliar o impacto das reivindicações, a necessidade de romper a dicotomia online-offline, a criação de novas narrativas e a transformação da produção simbólica dos movimentos sociais contemporâneos".


quarta-feira, 30 de junho de 2021

Linguagem em Foco acaba de publicar edição sobre os 25 anos do Manifesto da Pedagogia dos Multiletramentos

O periódico Linguagem em Foco, da Universidade Estadual do Ceará, acaba de publicar edição temática em homenagem aos 25 anos da publicação do Manifesto da Pedagogia dos Multiletramentos (link). Destaque para o artigo A pedagogia dos multiletramentos 25 anos depois, do professor e pesquisador Petrilson Pinheiro da UNICAMP, dentre outros artigos de pesquisadores renomados na área no país. Pinheiro e as pesquisadoras do seu grupo de pesquisa  “Multiletramentos,  Hipermídia  e  Ensino”  (GpMulti) traduziram o Manifesto para o português, também publicado nesta edição.

O texto de apresentação das editoras Débora Liberato Arruda Hissa e Nukácia Meyre Silva Araújo: "Em 1996, dez pesquisadores do Grupo Nova Londres (GNL) se propuseram a escrever um Manifesto intitulado “A pedagogy of multiliteracies: designing social futures”, originalmente publicado pela Harvard Educational Review. Esse artigo, ainda que tenha muito impacto em documentos norteadores da educação brasileira, nunca tinha sido traduzido para o Português do Brasil. Em 2021, vinte e cinco anos depois, nós da revista Linguagem em Foco (UECE), juntamente com as pesquisadoras do grupo de pesquisa “Multiletramentos, Hipermídia e Ensino” (GpMulti/Unicamp), entregamos a toda a comunidade acadêmica e escolar a tradução do Manifesto “Uma Pedagogia dos Multiletramentos: projetando futuros sociais”. Para comemorar essa conquista, produzimos um número especial que celebra a comunhão de vozes de pesquisadores e professores brasileiros que dialogaram com pesquisadores e professores de outros países por meio do Manifesto. Convidamos para isso nove professores de diferentes Instituições Educacionais brasileiras, que trabalham com Multiletramentos, para desenvolverem ensaios reflexivos sobre as ideias presentes no Manifesto. A missão de cada um deles era (re)ler o texto do GNL a partir de questões emergentes da educação no Brasil. Assim, é com imensa alegria que publicamos este número especial em homenagem aos 25 anos do Manifesto da Pedagogia dos Multiletramentos, composto pelos nove ensaios reflexivos e pela tradução do artigo original do Grupo Nova Londres".

sexta-feira, 28 de maio de 2021

Novo livro sobre MOOCs e educação aberta no sul global

O livro MOOCs and Open Education in the Global South, lançado em 2020, traz um detalhado levantamento do tema em 28 capítulos divididos nos tópicos temáticos: Perspectivas Históricas, Práticas e desenhos Atuais, MOOCS e Educaçõa Aberta para Desenvolvimento Profissional, Colaborações e Coleções de Múltiplos Países, Políticas e Estratégias governamentais, Inovações Governamentais e O Futuro dos MOOCs e da Educação Aberta. 

O trabalho foi desenvolvido pelos pesquisadores norte-americanos (alguns veteranos) Ke Zhang, Curtis J. Bonk, Thomas C. Reeves e Thomas H. Reynolds e publicado pela Routledge. Capítulos introdutórios estão disponíveis no site do projeto (link). Há pelo menos três capítulos que mencionam experiências brasileiras, além de dezenas de outras em países da América Latina e demais continentes. Uma resenha crítica foi publicada na última edição do CJLT (link).

Segundo os editores, o livro oferece respostas para as seguintes questões:

Por que os fenômenos relacionados a MOOC e REA são tão diferentes no Norte e no Sul?

Quais são os desafios e oportunidades no Sul Global?

Como o Sul Global negocia com os vários desafios inerentes aos MOOCs e REA desenvolvido em outro lugar?

O que pode ter contribuído para taxas muito mais altas de participação e conclusão de MOOCs no Sul Global?

De que forma o Sul Global se beneficia dos MOOCs e REA?

O que podemos aprender com o Sul Global para alavancar o desenvolvimento de MOOCs e REA de forma sustentável?


segunda-feira, 17 de maio de 2021

Listagem de milhares de conferências em edtech em 2021

Acaba de ser divulgada a extensa, detalhada e verificada lista de 155 páginas com milhares de conferências a serem realizadas em países diversos na área de tecnologias digitais e educação, edtech, de junho a dezembro de 2021. A lista é preparada anualmente pelo pesquisador canadense Clayton R. Wright e está disponível através deste link

Segundo Wright, "conforme as pessoas são vacinadas, mais eventos serão realizados de maneira híbrida ou presencial. Mas, alguns podem reverter rapidamente para um formato online que pode manter as mesmas datas ou esticar os eventos online por dias ou semanas [...] As associações são particularmente afetadas, pois muitas dependem de eventos presenciais para ajudar a gerar fundos para pagar a equipe e atividades de apoio, como a publicação de periódicos avaliados. Podemos querer que os eventos online sejam gratuitos, mas custa a alguém tempo e recursos para organizá-los e produzi-los de forma consistente ano após ano. Como a maioria dos eventos de desenvolvimento profissional 2021 tem opção online, é possível conhecer eventos de todo o mundo sem sair do conforto de sua casa".

terça-feira, 11 de maio de 2021

Seminário Os desafios do uso de plataformas digitais na Educação no Brasil

Acontece nesta semana o seminário Os desafios do uso de plataformas digitais na Educação no Brasil nos dias 10, 12 e 14/5. As transmissões acontecem pelo canal do #NICbr no YouTube (https://www.youtube.com/NICbrvideos) a partir das 16h. Mais detalhes no site do evento. (https://cgi.br/evento/seminarioplataformaseducacionais/), promovido pelo Grupo de Trabalho Plataformas Educacionais do Comitê Gestor da Internet no Brasil. 

No evento serão debatidas questões tais como: Como anda a adoção das plataformas digitais pelas instituições educacionais brasileiras? É possível criar um setor de desenvolvimento de soluções tecnológicas que contribua com um ensino produtivo e inovador? Como proteger a autonomia tecnológica e de dados no país?

Detalhes da programação dos próximos dias:

Dia 12/5, das 16 às 18h - Mesa 2: Plataformização da educação, impactos no ensino e a proteção de direitos

Esta mesa tem como objetivo discutir os impactos já conhecidos e possíveis do avanço das plataformas digitais nas escolas e universidades do Brasil e outras partes do mundo, levantando os riscos e ameaças a serem considerados para sua adoção.

Participantes:

Comunidade científica e tecnológica: Leonardo Ribeiro da Cruz (UFPA – Universidade Federal do Pará);
Setor Governamental: Cláudio Furtado (CONSED – Conselho Nacional de Secretários de Educação)
Terceiro setor: Andressa Pellanda (Campanha Nacional pelo Direito à Educação);
Setor Empresarial: Alexandre Campos Silva (Google);
Especialista: Veridiana Alimonti (EFF - Eletronic Frontier Foundation)

Transmissão em: https://youtu.be/RqiBFpUPfSM

Dia 14/5, das 16 às 18h - Mesa 3: Educação e tecnologia: desafios do fomento à inovação e a independência tecnológica

O painel tem como objetivo discutir os desafios para criar um setor de desenvolvimento de soluções tecnologicas para contribuir com o ensino produtivo e inovador, que proteja nossa autonomia tecnológica e autonomia de dados.

Participantes:

Comunidade científica e tecnológica: Luiz Eduardo de Souza Coelho (RNP – Rede Nacional de Ensino e Pesquisa);
Setor Governamental: Márcio Nobre Migon (MCTI – Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações/CGI.br);
Terceiro setor: Tel Amiel (Educação Vigiada);
Setor empresarial: Cláudio Sassaki (Geekie);
Especialista: Priscila Gonsales (Instituto EducaDigital).

Transmissão em: https://youtu.be/WYCkkBjM0MY





terça-feira, 23 de fevereiro de 2021

Revista Perspectiva publica edição temática sobre APPs e escola

A tradicional revista Perspectiva, da UFSC, acaba de publicar novo número com o tema APPrendizagem na Era Digital: (re)conhecimentos em contexto escolar (link). Destaque para o artigo intitulado Desafios práticos na formação docente para o uso de aplicativos como recursos educacionais, pois o tema e a prática continuam sendo grandes desafios a serem enfrentados e vivenciados nas escolas. 

O resumo do artigo: "... o artigo aqui apresentado se propõe a discutir os desafios práticos da formação docente para o uso das mídias em sala de aula, tendo como pano de fundo a compreensão do potencial pedagógico do uso de aplicativos como recursos educacionais. Para isso, foram analisados qualitativamente os resultados de uma pesquisa feita com professores das redes públicas de educação básica atuantes em Florianópolis, SC. Levantou-se, a partir das respostas dos professores, desafios práticos para a integração de tecnologias digitais em sala de aula, notadamente de aplicativos: a compreensão do potencial educativo dos recursos disponíveis e as mudanças metodológicas necessárias para sua aplicação; a falta de investimentos em infraestrutura na escola; e a ainda insuficiente formação docente para uso de tecnologias educacionais. Como resultados são propostos caminhos metodológicos possíveis para facilitar essa integração, assim como a apresentação de exemplos de uso de aplicativos como recursos educacionais digitais, ressaltando-se a importância fundamental do apoio estrutural para que essas mudanças possam ser efetivadas em sala de aula".

Outro artigo importante é intitulado O protagonismo de estudantes da Educação Básica a partir do desenvolvimento de aplicativos para smartphone. Outros artigos abordam processos de gamificação na escola, a leitura literária digital, o uso de app de vídeo no intercâmbio e aprendizagem de línguas, dentre outros.



quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021

Revista ETD, da UNICAMP, lança edição temática intitulada Educação, recomeços: o novo sempre vem

A revista ETD, da UNICAMP, acaba de lançar edição temática intitulada Educação, recomeços: o novo sempre vem (link).  Artigos abordam pesquisas realizadas sobre técnicas de inteligência  artificial  e  virtualização incorporadas  em  ambientes  virtuais  de  ensino  e  aprendizagem;  uso  de  aplicativos  móveis educacionais em sala de aula; práticas pedagógicas na EaD; e práticas pedagógicas inovadoras como uso de tecnologias digitais em cursos de formação inicial de professores. 

Por se tratar de uma revista multidisciplinar com foco na área de educação, autores dos artigos possuem formação diversa nos vários campos do saber, incluindo a sociologia e antropologia,  a difusão do conhecimento, a administração e a engenharia da produção. Isso enriquece a diversidade de olhares sobre a temática da educação e tecnologias digitais. Vale a leitura dos artigos para que se possa conhecer e debater sobre o conhecimento produzido a partir dessas perspectivas ampliadas. 

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

Meta-edtech, o significado de tecnologia educacional e Google e o "novo" professor: destaques da nova edição do Learning, Media and Technology

Acaba de ser publicada a primeira edição de 2021 do periódico Learning, Media and Technology (link). O editorial discute dois novos componentes do campo de estudo surgidos em 2020 e que denominam meta-edtech: "dois tipos específicos de organizações e plataformas de tecnologia associadas tornaram-se especialmente evidentes durante o primeiro ano da pandemia: novos intermediários de evidências edtech projetados para educar líderes, professores e especialistas em compras sobre as evidências de 'o que funciona' em tecnologia educacional; e empresas de inteligência de mercado edtech que ajudam os investidores a 'aprender' sobre o valor de investir em tecnologias educacionais"(em tradução livre). Segundo o editor Ben Williamson, meta-edtech "significa tecnologias educacionais emergentes relacionadas à edtech, desenvolvidas e hospedadas por organizações intermediárias que operam entre diferentes grupos constituintes do ecossistema edtech. Parece provável que as organizações meta-edtech e suas plataformas para avaliar edtech se tornarão cada vez mais influentes no financiamento e na modelagem do desenvolvimento e uso de edtech nos próximos anos". Nesta edição, destaque para dois artigos:

O primeiro é intitulado What in the world is educational technology? Rethinking the field from the perspective of the philosophy of technology, de Tao An e Martin Oliver. A partir de formulações filosóficas de Marx e Heidegger, o artigo propõe " uma fundação [filosófica] que possa ajudar os pesquisadores a repensar a tecnologia educacional, expandindo a pesquisa para dar conta das relações humano-educação, humano-tecnologia e educação-tecnologia. Propõe-se que as relações humano-educação devem fazer com que os alunos ‘se tornem o que são’, destacando sua subjetividade ao invés de se concentrar na informação. As relações homem-tecnologia podem mudar o foco da prática de design [da prática educacional], de modo que a tecnologia não seja vista apenas como uma ferramenta eficiente, mas como algo "útil" para as necessidades educacionais das pessoas".

O segundo artigo, que está aberto para livre acesso no momento no site da editora, é intitulado Google and the end of the teacher? How a figuration of the teacher is produced through an ed-tech discourse, de Malin Ideland. O artigo "analisa como se constrói a imagem do professor dentro de um discurso ed-tech e como ele organiza como pensamos o ensino hoje. Foi baseado em entrevistas com 25 ‘edupreneurs’ que vendem hardware, software e / ou desenvolvimento profissional para ferramentas digitais para escolas suecas. A análise ilumina como o "professor desejado" é semelhante ao que é conceituado como uma cultura do Vale do Silício, privilegiando características valorizadas no setor de TI. Esse professor orienta em vez de dar aulas, é flexível e está pronto para trabalhar quando e onde quer. Ele personaliza seu trabalho de acordo com o aluno e suas necessidades de conhecimento, localização e prazos, enfatizando que a educação é um negócio pessoal. Acredita-se que partes "enfadonhas" do trabalho (classificação e avaliação) sejam assumidas pela tecnologia. O professor deve ser aquele que promete diversão e criatividade para formar sonhadores do futuro e trabalhadores na economia do conhecimento".

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2021

Novo livro sobre multiletramentos da série Informática na Educação

Acaba de ser lançado novo livro intitulado Multiletramentos e Informática na Escola, de autoria de Marcelo Buzato, professor da UNICAMP e um dos mais profícuos teóricos nessa área no país (link). O livro integra a série de publicações Informática na Educação da SBC (Sociedade Brasileira da Computação) e traz os seguintes capítulos/temas, além de leituras recomendadas e exercícios sobre os temas abordados: 

1 A informática como o novo tempo do espírito humano

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

Novo dossiê temático "O Governo dos Algoritmos: A Morte da Política?"

 

Acaba de ser publicado dossiê temático intitulado "O Governo dos Algoritmos: A Morte da Política?" na Revista de Filosofia Moderna e Contemporânea, da UnB (link). O número especial foi editado pelos professores Maria Cecília Pedreira de Almeida, Marco Antonio Sousa Alves que assim definem um governo por algoritmos: "uma atividade que afeta, guia e formata nossa ação. O foco do governo reside assim em “conduzir condutas” e “ordenar a probabilidade”, ou seja, no direcionamento dos comportamentos por meio de incitação, indução, sedução ou constrangimento e proibição, de modo a tornar mais ou menos provável um determinado curso de ação. Nesse sentido, podemos dizer que uma nova estratégia de governo é colocada em funcionamento por meio de complexos algoritmos, que cada vez mais direcionam nossas condutas e influenciam decisivamente nossas práticas de consumo, nossas escolhas políticas e a formação de nossas opiniões. Esse novo governo baseia-se fundamentalmente na vigilância e extração automatizada de dados (dataveillance) que são processados, filtrados e correlacionados (datamining) de modo a permitir a elaboração algorítmica de perfis (profiling), capazes de antecipar comportamentos e agir sobre as ações futuras".

O dossiê traz artigos estudos que abordam as interfaces da temática com questões do ativismo social, das subjetividades das populações, as redes sociais, a docência e a técnica, dentre outros.

Destaca-se, na temática da educação, o artigo intitulado O Ato Docente na Era da sua Reprodutibilidade Técnica: Aula, Educação e Ensino Remoto, de autoria do professor Denilson Soares Cordeiro, da UNIFESP. O resumo do trabalho é: O ensaio aborda o chamado ensino remoto como a versão atualizada e político-tecnológica do agravamento das decisões oficiais contra a educação pública e o direito à educação de qualidade. Nesse sentido, procuro apresentar uma discussão tomando como base relatos da minha própria experiência na docência universitária e na pesquisa que tem como campo a escola pública, para, em seguida, discutir os termos contextuais do problema no âmbito do “extrativismo de dados” das grandes empresas norte-americanas de tecnologia, que gerem exclusivamente toda produção, transmissão e armazenamento de dados no ensino remoto público, com base naquilo que Evgeny Morozov chama de“solucionismo tecnológico”.

quinta-feira, 26 de novembro de 2020

Programa com coordenador do grupo LER vence mostra “AS CIÊNCIAS E A PANDEMIA DE COVID-19” da SBPC

O programa intitulado Para além da sala de aula, realizado pela Revista Pesquisa FAPESP, foi escolhido o melhor vídeo na categoria média metragem na mostra “AS CIÊNCIAS E A PANDEMIA DE COVID-19” da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Ao todo, foram inscritos 58 vídeos de todo o país na temática. O programa, baseado em reportagem da Revista, promoveu o debate sobre o ensino remoto emergencial e a EaD tradicional e destacou análises sobre o tema realizadas pelo professor e pesquisador Eduardo Junqueira, da UFC, coordenador do Grupo LER, e outros especialistas e docentes. Seguem os detalhes da premiação publicados na revista da SBPC (link):

Para além da sala de aula

O fechamento de escolas e universidades durante a pandemia de Covid-19 aprofundou desigualdades históricas do ensino brasileiro e reacendeu o debate sobre educação a distância. Para entender melhor a diferença entre um curso a distância tradicional e o ensino remoto praticado emergencialmente, entrevistamos um coordenador de cursos de EaD, um especialista em políticas públicas de educação e duas professoras.


Ficha técnica:

Produção e direção: Renata Druck

Edição: Bruno Horowicz Rezende

Pesquisa: Rafael Ghertman

Legendagem: Pedro Vainer

Realização: Revista Pesquisa Fapesp

Assista ao vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=ixIMTDqqSmw&list=PLVigrCJ_g6LfZNi2dyzQAv3_ZReXMZ1RN&index=58

sexta-feira, 23 de outubro de 2020

Novo livro gratuito sobre tecnologias digitais e escolas na pandemia

Acaba de ser lançado novo livro gratuito sobre tecnologias digitais e escolas na pandemia (link para download gratuito) editado pela professora e pesquisadora Ana Elisa Ribeiro e pela doutoranda Pollyanna de Mattos Moura Vecchio do CEFET-MG. Intitulado Tecnologias digitais e escola: reflexões no projeto Aula Aberta durante a pandemia, a obra integra a série Linguagens e Tecnologias da editora Parábola e é um desdobramento de lives conduzidas por Ribeiro no Instagram (@anadigital) com autores dos capítulos durante os primeiros meses da pandemia do COVID-19 e integra o projeto de extensão Aula Aberta do centro tecnológico. O coordenador do grupo LER, convidado a participar de uma das lives, contribuiu com o capítulo intitulado A EaD, os desafios da educação híbrida e o futuro da educação. Também contribuíram para obra pesquisadoras renomadas da UFMG, como Carla Coscarelli e Vera Lúcia Menezes Paiva, da UNICAMP, Roxane Rojo, e de outras importantes universidades de diversos estados do país.

Na Apresentação da obra, as editoras destacam que: "Cada autor(a) escreveu segundo a linguagem que quis, de acordo com o que expôs em nossa live. O volume foi, então, organizado seguindo uma trilha que apresenta, primeiramente, textos mais teóricos ou reflexivos sobre educação, tecnologias e pandemia e, em seguida, dispusemos os capítulos que propõem ou explicitam práticas que integram tecnologias digitais e escola. Assim, mais detalhadamente, na primeira parte estão os capítulos que tentam entender a situação peculiar da educação brasileira no contexto da pandemia, levando o leitor à reflexão sobre teorias que englobam questões relativas ao uso das tecnologias na educação, passando também pela discussão sobre políticas públicas que deveriam subsidiar a democratização do acesso às tecnologias digitais e em rede. Na segunda parte, o(a) leitor(a) encontrará estudos que, além de teorizarem sobre o assunto, propõem atividades bastante específicas para serem desenvolvidas em ambiente presencial ou remoto e que envolvem o uso de ferramentas digitais".