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terça-feira, 31 de maio de 2022

A pedagogia crítica de Paulo Freire e os ambientes interativos de aprendizagem

Em editorial intitulado Why we need critical pedagogy in post pandemic interactive learning environments (Porque precisamos da pedagogia crítica em ambientes interativos de aprendizagem pós-pandêmicos), Pericles ‘asher’ Rospigliosi, pesquisador da Universidade de Brighton, destaca a importância global das ideias de Paulo Freire e do livro Pedagogia do Oprimido na mais recente edição do periódico Interactive Learning Environments (link). Rospigliosi enumera três elementos centrais das formulações do educador brasileiro para o campo dos ambientes interativos: abraçar a pedagogia crítica, identificar os riscos de uma cultura do silêncio e reconhecer as deficiências do modelo bancário de educação. Nesse sentido, o autor critica o fato de que "existem muitos ambientes de aprendizagem interativos onde o aluno é visto como um recipiente passivo no qual o conhecimento é colocado" e frisa que "o modelo bancário é bastante evidente em muitas abordagens de ensino vistas como treinamento, por exemplo, ao usar a gamificação para desenvolver a conformidade".  

Rospigliosi também afirma que "muitos sistemas de aprendizagem, a inteligência artificial e os algoritmos podem (e o fazem) codificar e perpetuar padrões de injustiça racial e cultural" e alerta para o fato de que sistemas digitais podem desempoderar usuários através de práticas de vigilância em rede. E finaliza: "O uso de sistemas interativos de aprendizagem pode ser um imenso poder para o bem: ampliando o acesso e facilitando o compartilhamento de ideias e ideais, mas para que essas oportunidades sejam plenamente realizadas, precisamos incentivar uma pedagogia crítica em professores, alunos e aqueles que constroem, compram e gerenciar nossos ambientes de aprendizagem interativos".

quarta-feira, 7 de novembro de 2018

As tecnologias digitais e a educação a distância no novo livro Reinventando Freire

O Instituto Paulo Frente lançou, em parceira com o professor Martin Carnoy, da Stanford University, o livro intitulado Reiventando Freire. A Práxis do Instituto Paulo Freire em celebração ao aniversário de 50 anos do livro A Pedagogia do Oprimido. A obra está disponível para download gratuito mediante cadastro e centra-se na atualidade das ideias e proposições do mais importante filosofo da educação brasileiro. Segundo Moacir Gadotti, organizador da obra e co-editor do livro, "a educação, no mundo, passa por uma crise grave, associada à crise civilizatória atual, e Paulo Freire pode ser uma inspiração para o surgimento de novas políticas públicas de educação [...] Sim, nós temos referenciais. Nós temos caminhos a seguir. Não estamos perdidos. Nós caminhamos por sendas de lutas e utopias, com um novo jeito de caminhar, juntos, na reinvenção de Freire, mantendo viva a luta por uma educação emancipadora. E somos apaixonados pelo que fazemos".


Além das discussões de temática geral a partir dos princípios da obra freireana, o livro contém capítulos que buscam dialogar mais especificamente com o campo das tecnologias digitais na educação e a EaD. Nesses casos, reforçam diversos princípios do pensamento e da práxis freireana, mas se fragilizam ao revelar dificuldades par abordar especificidades das práticas ciberculturais e dos sujeitos que atuam em redes, distanciando-se por vezes de problemáticas centrais do campo do ensinar e do aprender hoje. Paulo Blikstein (Stanford University), em capítulo intitulado Paulo Freire vai a Palo Alto: tecnologias e pedagogias ensinar progressistas, argumenta que a busca de uma real "educação personalizada" e da Cultura Maker nas escolas de elite localizadas no coração do capitalismo norte-americano abrem espaço para muitas ideias de Freire hoje naquele país, onde tradicionalmente já estão muito presentes nas iniciativas da educação progressista junto às camadas menos favorecidas economicamente.

Na seção da obra dedicada ao Ensino Superior, Paulo Roberto Padilha (USP) contribui com o capítulo intitulado EAD freireana como educação emancipatória e criativa, com base na colaboração com fins de formação crítica e construção criativa e coletiva do conhecimento em comunidades virtuais de aprendizagem, ainda que de forma pouco detalhada e sem tratar de muitas das especificidades de práticas atuais dos estudantes com tecnologias digitais em rede. Anderson Fernandes de Alencar (USP/UFRPE) é o autor do capítulo Lições do passado e educação do futuro: informática, software livre e compartilhamento do conhecimento em Paulo Freire. Com base em pesquisa para sua dissertação de mestrado, o autor apresenta aspectos da filosofia do software livre e menciona brevemente o que chama de Pedagogia da Migração, referindo-se a experiência de troca de software proprietário por software livre por uma ONG pesquisada. No tópico sobre compartilhamento do conhecimento,  relata a experiência do projeto “Paulo Freire Memória e Presença: preservação e democratização do acesso ao patrimônio cultural brasileiro. O autor aponta também para o papel das metodologias da sala de aula invertida, do ensino híbrido e da produção de conhecimento com liberdade e autonomia para o futuro da educação de base freireana.


terça-feira, 18 de setembro de 2018

Novo livro LA OTRA EDUCACIÓN. PEDAGOGÍAS CRÍTICAS PARA EL SIGLO XXI

Acaba de ser lançado o livro LA OTRA EDUCACIÓN. PEDAGOGÍAS CRÍTICAS PARA EL SIGLO XXI. A obra traz uma coletânea de artigos de pesquisadores alinhados com a chamada "Pedagogia Crítica e foi organizado em três tópicos temáticos: 
PEDAGOGÍAS CRÍTICAS Y EMPODERAMIENTO, 
LOS MEDIOS EN LA EDUCACIÓN Y LA EDUCACIÓN EN LOS MEDIOS, 
EXPERIENCIAS SOBRE LA PEDAGOGÍA DEL HACER
e um Epílogo (Manifesto por uma Pedagógia Crítica) escrito por Henry Giroux.

O sumário e o capítulo introdutório estão disponibilizados gratuitamente no site da UNED. 
Os fundos arrecadados com a venda do livro são destinados a um fundo que salva vidas de imigrantes, que escapam de conflitos bélicos, na região do Mediterrâneo.

No capítulo introdutório da obra, os autores afirmam que: "Las tecnologías digitales contemporáneas están lejos de ser herramientas neutrales para la comunicación. Junto con los actores humanos, las tecnologías co-crean nuestras vidas sociales y materiales, y proporcionan un espacio muy necesario para la acción. En palabras de Henry Giroux, «no es suficiente para leer críticamente la cultura. No es suficiente decir: Sabemos cómo leer los medios de comunicación digitales. La gente tiene la capacidad de leer los medios digitales, seguramente, pero también tienen que ser capaces de producirlos medios digitales» (Giroux y Jandrić, 2015). En la era de las redes digitales, el mensaje de la pedagogía crítica es tan importante como siempre y, al igual que en los tiempos de Paulo Freire, la primera y la estrategia más importante es el desarrollo de la alfabetización digital". 

E complementam: "Hoy la alfabetización implica una acción expandida, un conocimiento multimedia y digital, que nos permita reivindicar las voces particulares de cada ciudadano y ciudadana. La alfabetización (digital) facilita el ejercicio crítico de la ciudadanía ante el marco socioeconómico dominante, convirtiéndose igualmente en un ejercicio de activismo que debería sobreponerse al peligroso carácter instrumentalista que se quiere hacer del propio concepto de alfabetismo digital". 

Exemplos de experiências digitais críticas citadas pelos autores incluem: Wikiversity [https://www.wikiversity.org]; Biblioteca Pública: Memoria del Mundo https://www.memoryoftheworld.org]; Youcoop [http://www.youcoop.org].