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quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

Novo dossiê temático "O Governo dos Algoritmos: A Morte da Política?"

 

Acaba de ser publicado dossiê temático intitulado "O Governo dos Algoritmos: A Morte da Política?" na Revista de Filosofia Moderna e Contemporânea, da UnB (link). O número especial foi editado pelos professores Maria Cecília Pedreira de Almeida, Marco Antonio Sousa Alves que assim definem um governo por algoritmos: "uma atividade que afeta, guia e formata nossa ação. O foco do governo reside assim em “conduzir condutas” e “ordenar a probabilidade”, ou seja, no direcionamento dos comportamentos por meio de incitação, indução, sedução ou constrangimento e proibição, de modo a tornar mais ou menos provável um determinado curso de ação. Nesse sentido, podemos dizer que uma nova estratégia de governo é colocada em funcionamento por meio de complexos algoritmos, que cada vez mais direcionam nossas condutas e influenciam decisivamente nossas práticas de consumo, nossas escolhas políticas e a formação de nossas opiniões. Esse novo governo baseia-se fundamentalmente na vigilância e extração automatizada de dados (dataveillance) que são processados, filtrados e correlacionados (datamining) de modo a permitir a elaboração algorítmica de perfis (profiling), capazes de antecipar comportamentos e agir sobre as ações futuras".

O dossiê traz artigos estudos que abordam as interfaces da temática com questões do ativismo social, das subjetividades das populações, as redes sociais, a docência e a técnica, dentre outros.

Destaca-se, na temática da educação, o artigo intitulado O Ato Docente na Era da sua Reprodutibilidade Técnica: Aula, Educação e Ensino Remoto, de autoria do professor Denilson Soares Cordeiro, da UNIFESP. O resumo do trabalho é: O ensaio aborda o chamado ensino remoto como a versão atualizada e político-tecnológica do agravamento das decisões oficiais contra a educação pública e o direito à educação de qualidade. Nesse sentido, procuro apresentar uma discussão tomando como base relatos da minha própria experiência na docência universitária e na pesquisa que tem como campo a escola pública, para, em seguida, discutir os termos contextuais do problema no âmbito do “extrativismo de dados” das grandes empresas norte-americanas de tecnologia, que gerem exclusivamente toda produção, transmissão e armazenamento de dados no ensino remoto público, com base naquilo que Evgeny Morozov chama de“solucionismo tecnológico”.

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Sulina reedita livro sobre Heidegger e a questão da técnica



A editora Sulina reeditou uma obra que é essencial aos estudos da Cibercultura. Trata-se do livro Martin Heidegger e a questão da técnica - Prospectos acerca do futuro do homem, de Francisco Rüdiger. A sinopse, publicada no site da editora, informa que: "Martin Heidegger ocupou-se da técnica com uma originalidade pouco notada, que este livro procura evidenciar através de ampla e cuidadosa análise de seus principais escritos publicados até o momento. Contestando as pretensões das várias filosofias da técnica de nosso tempo, o pensador debruçou-se sobre o que chamou, em seu texto mais famoso sobre o assunto, de Questão da Técnica. Francisco Rüdiger examina em detalhe esta distinção sutil, mas muito rica em efeitos, quando se trata não só de tentar entender melhor o que é a técnica, mas de pensar o que está em jogo nela para nós, seres humanos. Esclarecendo que, para o filósofo, a técnica não é em si mesma uma atividade, mas um tipo de saber, e que seu sentido não depende dela mesmo, mas de algo que não é técnico, a obra fornece uma nova visão de suas idéias. O assunto principal gira em torno da tese de que, por meio delas, pode-se ir além da simples oposição entre tecnófilos e tecnófobos, partidários e opositores do progresso tecnológico; mas também da atitude crítica com a qual se pretende fundar a técnica em princípios éticos e políticos humanistas. Heidegger sustenta que não somos nem jamais seremos senhores da técnica, embora sejamos seus criadores; que ela se tornou um destino, embora não uma fatalidade; que apesar de vivermos sob seu comando, existe, para alguns de nós, pelo menos, a possibilidade de estabelecer uma livre relação com a tecnologia".