Nos últimos dias empresas de tecnologia lançaram versões de seus produtos de inteligência artificial (IA) com avanços no que tem sido divulgado como uma nova e fascinante "capacidade de racionar". No caso do ChatGPT, há duas novas funcionalidades: 01-preview (mais geral para realizar tarefas ditas mais complexas, link) e 01-mini (para atividades no campo da matemática, link). Pesquisadores da área estão debatendo o que significa "raciocinar" neste caso, tendo como um dos parâmetros a nossa capacidade humana de fazê-lo, e implicações para a educação e o desenvolvimento intelecto-cognitivo dos estudantes.
Em uma postagem em seu blog (link), Donald Clark afirmou que "o pensamento crítico foi uma das famosas habilidades do século 21, que todos pensavam que a IA nunca poderia resolver. Se vemos o pensamento crítico como uma abordagem racional e crítica para resolver problemas, ele está aqui. Na verdade, o desempenho do ChatGPT o1 em matemática e raciocínio é extraordinário (...) este modelo está fazendo matemática fantasticamente avançada no nível da Olimpíada de Matemática e resolução de problemas em tarefas quantitativas".Outra notícia recente (link) demonstra que 66% dos estudantes universitários nos EUA utilizam o chatGPT semanalmente como parte de seus estudos, a princípio para buscar informações e para gerar brainstorming. Uma sondagem de opinião com alunos de uma turma de alunos meus de um curso de mídias e tecnologias indicou perfil semelhante: 48% utilizam serviços de IA uma vez por semana e 28% o fazem diariamente, principalmente para atividades de estudo e trabalho (muito pouco para fins sociais ou de entretenimento). Os estudantes formularam também diversas críticas à qualidade irregular e nem sempre confiável dos dados gerados e parecem ter consciência dos danos para a própria aprendizagem que poderão ser gerados pelo uso excessivo da IA em seus estudos.