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segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025

Artigo sobre Multiletramentos, IA e vídeos remix em nova edição temática

Acaba de ser publicado artigo de pesquisadores do grupo LER-CNPq intitulado Multiletramentos E Inteligência Artificial Nas Práticas Artísticas Juvenis: Uma Análise Sobre A Produção De Vídeos Remix (link) em número temático A Inteligência Artificial e Educação: debates críticos e boas práticas na escola básica e na educação superior, da revista Artes e Educar da UERJ, com edição de Juan Guilhermo Díaz Bernal e Edméa Santos. 

O trabalho de Magnaldo Araújo e Eduardo S. Junqueira "é um recorte de pesquisa de doutorado em andamento que busca compreender o processo de articulação e integração das práticas de multiletramentos na aprendizagem artístico-musical de jovens. Neste artigo temos como objetivo analisar o uso da inteligência artificial (IA) nas práticas artísticas juvenis de multiletramentos no processo de produção de vídeos remix, considerando os aspectos socioculturais, pedagógicos e tecnológicos [...] Como principais resultados, destacamos as mudanças de ethos no processo de criação de vídeos remix e nas práticas de multiletramentos auxiliadas por IA. Entre as principais mudanças, destacam-se a automatização de processos técnicos relacionados à edição de vídeo e a democratização do acesso a ferramentas profissionais de edição, todas proporcionadas pela IA. No que se refere à renovação do ethos, consideram-se a emulação da criatividade humana e os limites borrados da propriedade intelectual como principais pontos de mutação".

Sobre a edição temática (link), com diversos artigos de grande interesse, os editores discutem "como essa tecnologia, capaz de criar textos, imagens e outros conteúdos a partir de dados fornecidos por humanos, vem transformando a educação, exigindo reflexões sobre a reconfiguração do ensino e do papel dos professores. São abordadas questões filosóficas e epistemológicas, como a influência dos vieses algorítmicos na produção do conhecimento, além das implicações para a sociedade contemporânea, marcada por redes digitais e pela modernidade líquida. Outro ponto central da discussão é a necessidade de adaptação dos processos de ensino e avaliação, uma vez que o uso da IA por estudantes pode impactar a integridade acadêmica. O papel do professor se amplia, tornando-se não apenas um mediador do conhecimento, mas um orientador no uso ético dessas ferramentas. Além disso, enfatiza-se a importância do desenvolvimento de habilidades metacognitivas para que os alunos possam utilizar a tecnologia de forma crítica e consciente, sem comprometer a autonomia do aprendizado".

segunda-feira, 29 de julho de 2024

2024 EDUCAUSE Horizon Report Ensino e Aprendizagem

Foi publicado o 2024 EDUCAUSE Horizon Report Ensino e Aprendizagem no ensino superior (link) com destaques para os temas considerados mais importantes, e relacionados aos dois tópicos mencionados, para o futuro próximo, segundo os editores do relatório de grande prestígio acadêmico. O relatório deste ano incluiu também uma nova categoria (Honorary Trend) sobre Inteligência Artificial. O website do trabalho traz também vídeos e outros materiais úteis. Conforme resumo que consta na página 4 do relatório, as tendências mais importantes são (em tradução livre, destaques nossos):

Social • A percepção pública do valor do ensino superior está em declínio. • A demografia dos alunos está mudando. • Os alunos estão exigindo cada vez mais acesso ao aprendizado a qualquer hora, em qualquer lugar. 

Tecnológico • As preocupações com segurança cibernética e privacidade estão aumentando. • O uso de análise [automatizada] de aprendizagem continua a aumentar. • A exclusão digital persiste. 

Econômico • A demanda e o foco nas habilidades da força de trabalho estão crescendo. • Os desafios para a retenção de funcionários estão aumentando. 

Ambiental • As instituições de ensino superior estão aumentando seu compromisso com sustentabilidade. • Preocupações com o impacto das ferramentas de big data no ambiente estão aumentando. • A demanda por habilidades verdes na força de trabalho aumenta. 

Tendências honorárias de IA • A IA está mudando a maneira como nos comunicamos. • As ferramentas de IA têm um potencial crescente para remodelar a pedagogia e experiências estudantis. • A IA tem um impacto cada vez maior na economia e força de trabalho. • A IA está sendo cada vez mais usada para lidar com as mudanças climáticas e questões de sustentabilidade. • O potencial para o uso da IA na política está crescendo.

terça-feira, 16 de junho de 2020

Erros comuns no ensino online e práticas mais adequadas às redes digitais

Uma das maiores dificuldades da transição do presencial para o online está no fato de que o contexto das redes sociais digitais, da internet, é muito diferente da sala de aula presencial, particularmente no que se refere à sociabilidade horizontal das redes em contraste com a autoridade e centralidade do professor. Não há soluções fáceis nem rápidas para esse dilema, mas cito um relato de pesquisa com adultos que nos ajuda a compreendê-lo um pouco mais para buscar práticas mais adequadas.

O artigo intitulado Learning in Social Networks: Rationale and Ideas for Its Implementation in Higher Education (Aprendizagem nas redes sociais: justificativa e idéias para sua implementação no ensino superior) (link) das pesquisadoras Ibis M. Alvarez e Marialexa Olivera-Smith, relata estudo estudo de 2013 mas que se mantém bastante atual. Elas investigaram processos informais de aprendizagem nas redes sociais digitais para discutir e refletir sobre dilemas da aprendizagem formal online. Segundo as autoras, processos informais de aprendizagem nas redes sociais resultam de múltiplas conexões e trocas entre participantes, que assumem tanto o papel de professor quanto de aprendizes, diferente da tradicional hierarquia de saberes da educação formal.
As pesquisadoras afirmam que "uma das questões mais delicadas sobre o uso das redes sociais no ensino superior é que atraem estudantes justamente porque não são controlados institucionalmente como AVAs, o que a maioria das universidades implementa com um único objetivo (a saber, o aprendizado)". Diante dessa constatação, no que se refere ao papel do professor nas redes, elas sugerem:

  • Permitir que o grupo seja emergente em sua aprendizagem.
  • Permitir que os participantes busquem seus próprios ritmos e formas de trabalhar juntos.
  • Acompanhar atentamente o grupo, sem interferir, mas estando pronto para ajudar.
  • Usar organizadores avançados para criar uma estrutura pedagógica para os participantes usarem quando estiverem prontos.
  • Criar ações de "andaimes" (scaffolding) específicos em contextos específicos.
E propõem, ainda:
  • A promoção de trabalho colaborativo ao invés de práticas de disseminação de informações.
  • A introdução da auto-regulação da aprendizagem ao invés de trabalho dirigido pelo professor. 
  • Contribuir para o desenvolvimento de um senso de comunidade. 
  • Acomodar diferenças individuais.
  • Estabelecer práticas de avaliação conectadas com tarefas típicas das redes digitais.