Em excelente editorial do periódico Learning, Media and Technology de 21 de maio, os editores britânicos Ben Williamson, Rebecca Eynon e John Potter elaboram 4 problemáticas das tecnologias digitais e da educação a distância no contexto emergencial do coronavírus: a economia política da pedagogia da pandemia, as desigualdades digitais, os novos espaços-tempos e hierarquias da pedagogia e as experimentações emergentes com as tecnologias educacionais. Os pesquisadores alertam para o fato de que "política pandêmica agora está se desenrolando através de tentativas de incorporar sistemas e práticas de educação pública, em âmbito internacional, em sistemas tecnológicos cada vez mais poderosos" e incentivam renovadas pesquisam que examinem essas práticas e seus efeitos" e alertam para a necessidade do exame detalhado e cuidadoso dos efeitos e consequências dessas práticas. O artigo completo está disponível neste link.
Ao analisarem as quatro problemáticas, os editores se baseiam em alguns estudos prévios e alertam para o forte caráter de oportunidade de negócios que a indústria das tecnologias educacionais tem imprimido ao período da pandemia e para a necessidade de sérios cuidados diante da expansão de sistemas nacionais de educação pública para essas plataformas comerciais online adentrando as casas dos estudantes com destaque a organismos internacionais como Unesco e Banco mundial nesse cenário em rápida transformação e disputas entre EUA e china também neste cenário. Alertam também para a fragilidade da retórica entorno dos nativos digitais e das muitas dificuldades de jovens em se manterem aptos da fazerem bom uso das tecnologias digitais para a aprendizagem, levantando a pergunta sobre o nível adequado de acesso digital e como jovens e famílias podem receber o suporte necessário para estudar em casa de forma sustentável e duradoura e os riscos imprevisíveis gerados pela ampliação do acesso.
Ao ratarem da terceira problemática citada, cunham o termo Bring Your Own School Home (BYOSH) (algo como: traga sua própria escola para casa) alertando para as múltiplas e exaustivas interferências com rotinas domésticas e familiares daí advindas da polissincrona aprendizagem remota e potencial sobrecarga cognitiva de professores, alunos e pais. Apontam para a terceira via do que nomeiam "Tecnologias de convívio". "Aqui, poderíamos invocar a noção de práticas que remetem ao poder, em que a direção do fluxo não se trata de "conteúdo" sendo entregue a jusante pelo algoritmo, mas de espaços mais abertos, agentes e produtivos para alunos e educadores", afirmam os editores. No que se refere à última problemática, a da experimentação atual com tecnologias educacionais no universo de 1,5 bilhões de estudantes do planeta, apontam para o surgimento de grandes bases de dados sobre eficácia dessas tecnologias e os ricos de precarização do trabalho dos educadores, acentuando o fortalecimento das práticas de dataficação e massificação, através da significativa ampliação dos usos das tecnologias em rede, na área educacional. "À medida que milhões de estudantes se inscrevem em novas plataformas para poder acessar a educação durante a pandemia, é necessário trazer de volta ao foco as preocupações de longa data sobre privacidade de dados e o uso de dados para caracterização e controle dos alunos", concluem.
Ao analisarem as quatro problemáticas, os editores se baseiam em alguns estudos prévios e alertam para o forte caráter de oportunidade de negócios que a indústria das tecnologias educacionais tem imprimido ao período da pandemia e para a necessidade de sérios cuidados diante da expansão de sistemas nacionais de educação pública para essas plataformas comerciais online adentrando as casas dos estudantes com destaque a organismos internacionais como Unesco e Banco mundial nesse cenário em rápida transformação e disputas entre EUA e china também neste cenário. Alertam também para a fragilidade da retórica entorno dos nativos digitais e das muitas dificuldades de jovens em se manterem aptos da fazerem bom uso das tecnologias digitais para a aprendizagem, levantando a pergunta sobre o nível adequado de acesso digital e como jovens e famílias podem receber o suporte necessário para estudar em casa de forma sustentável e duradoura e os riscos imprevisíveis gerados pela ampliação do acesso.
Ao ratarem da terceira problemática citada, cunham o termo Bring Your Own School Home (BYOSH) (algo como: traga sua própria escola para casa) alertando para as múltiplas e exaustivas interferências com rotinas domésticas e familiares daí advindas da polissincrona aprendizagem remota e potencial sobrecarga cognitiva de professores, alunos e pais. Apontam para a terceira via do que nomeiam "Tecnologias de convívio". "Aqui, poderíamos invocar a noção de práticas que remetem ao poder, em que a direção do fluxo não se trata de "conteúdo" sendo entregue a jusante pelo algoritmo, mas de espaços mais abertos, agentes e produtivos para alunos e educadores", afirmam os editores. No que se refere à última problemática, a da experimentação atual com tecnologias educacionais no universo de 1,5 bilhões de estudantes do planeta, apontam para o surgimento de grandes bases de dados sobre eficácia dessas tecnologias e os ricos de precarização do trabalho dos educadores, acentuando o fortalecimento das práticas de dataficação e massificação, através da significativa ampliação dos usos das tecnologias em rede, na área educacional. "À medida que milhões de estudantes se inscrevem em novas plataformas para poder acessar a educação durante a pandemia, é necessário trazer de volta ao foco as preocupações de longa data sobre privacidade de dados e o uso de dados para caracterização e controle dos alunos", concluem.