sexta-feira, 22 de maio de 2020

A boa alternativa das interfaces digitais livres em tempos de pandemia


As atividades escolares remotas em tempos de pandemia do Covid-19 levaram muitas pessoas, inclusive crianças, a utilizarem novas interfaces digitais para atividades diversas na internet. Um aspecto desse uso refere-se aos riscos envolvidos, como a exposição a conteúdos inadequados e a ausência de garantias de privacidade das trocas comunicacionais (a plataforma Zoom, por exemplo, admitiu que conteúdos de conversas foram vazados antes de promover melhorias tecnológicas no serviço). Além disso, os serviços comerciais, em sua grande maioria, coletam dados de uso dos usuários para fins comerciais, constituindo práticas de vigilância eletrônica em rede (para mais detalhes sobre essa problemática, ver este artigo no link).


Uma alternativa recomendada hoje são aquelas interfaces e serviços desenvolvidos segundo a filosofia colaborativa e aberta do software livre, que privilegia o usuário e sua liberdade em detrimento do desenvolvedor do produto, ou seja, os interesses mercadológicos da empresa de software. Em resumo, como esses softwares são desenvolvidos em equipes autônomas e possuem seus dados computacionais abertos (o que é tecnicamente chamado de código-fonte aberto), qualquer desenvolvedor ou interessado poderá acessá-lo e verificar suas formas de funcionamento, como os mecanismos de coleta de dados de usuários, se houver – ao contrário do que acontece com a enorme maioria dos produtos comerciais fechados hoje disponíveis na internet. Em geral essas interfaces, quando trazem termos e condições de uso, o fazem de forma mais transparente.

Há produtos desse tipo que são conhecidos por uma parcela da população, dentre eles os sistemas de mensagens instantâneas Signal e Q-municate, o navegador para internet Tor, o buscador para internet DuckDuckGo e serviços de e-mail, em geral sediados em países europeus, como o Posteo, da Alemanha, e o Openmailbox, da França. 

Para a realização das aulas remotas que têm acontecido atualmente, existem diversas plataformas para webconferência (comunicação instantânea em tempo real por chamada de vídeo e audio para diversos usuários conectados à internet, compartilhamento de arquivos, etc.) que operam nessa mesma sistemática, como a RocketChat GDPR, a Zulipchat e o Jitsi, dentre outras e estão disponíveis para computadores, tablets e telefones celulares. O Tox é totalmente criptografado. O Moodle é o ambiente virtual de aprendizagem mais difundido no mundo, é gratuito e opera segundo os princípios do software livre.

Ao clicar no nome de cada empresa ou software proprietário, você verá alternativas livres que adotam diretrizes e práticas mais claras sobre a privacidade e segurança dos usuários neste link 
Segue um breve lista de interfaces e serviços livres, ou seja, em código aberto o que permite verificar seu modo de funcionamento pelo exame do código-fonte aberto:

AVA Moodle (inclusive com interface para dispositivos móveis): https://moodle.org/?lang=pt_br

Buscador para internet DuckDuckGo: https://duckduckgo.com/

Navegador para internet TOR:https://www.torproject.org/pt-BR/download/

Conferências e vídeo chamadas sem login (porém, sem criptografia ponta a
ponta):
 * Jitsi do Systemli: https://meet.systemli.org/
 * Jitsi do Autistici/Inventati: https://vc.autistici.org/
 * Jitsi do Mayfirst: https://meet.mayfirst.org/
 * Jitsi do Immerda: https://meet.immerda.ch/

Elaboração de textos de forma compartilhada:
 https://pad.systemli.org/
 https://pad.riseup.net/
 https://framapad.org

Compartilhamento temporário de arquivos (100mb max, expira em 1 semana)
 https://share.riseup.net/

Outros serviços comunitários (mapas, formulários e muito mais):
 https://framasoft.org/en/


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