Acaba de ser publicada edição temática sobre colonialismo digital da revista Convergência Crítica (link). Há diversos artigos de interesse na temática abrangendo questões relacionadas à inteligência artificial, dataficação, racismo algorítmico e outros.
Segundo os coordenadores, "são tempos de ataques sistemáticos à soberania digital brasileira, onde o capital de empresas do Vale do Silício, se alinham abertamente com o campo político da extrema direita. Foi-se a ilusão, muito presente no campo democrático, de que estas corporações e suas plataformas poderiam ser benevolentes. Seus interesses são o lucro über alles: neste sentido vale tudo, principalmente impulsionar a desinformação [...] Os estudos sobre colonialismo digital, tornam-se uma necessidade para a compreensão e transformação da sociedade atual. A digitalização da vida, comandada pelas big techs, impõe o ritmo alucinante das máquinas, aprofundando a subsunção real dos trabalhadores, através da fragmentação e precarização da força de trabalho e a crescente fetichização da tecnologia, sob a forma da mercadoria".quarta-feira, 19 de fevereiro de 2025
terça-feira, 18 de fevereiro de 2025
Conceituando novos letramentos e IA
Acaba de ser lançado um artigo (white paper) que articula alguns bons elementos em uma nova definição sobre os novos letramentos e a IA (link) de autoria de pesquisadores da empresa Centre for Finance, Technology and Entrepreneurship (CFTE) com sede em Londres. Segundo o documento, “os letramentos de IA se referem à capacidade de compreender conceitos básicos de IA, usar ferramentas de IA de forma eficiente, avaliar criticamente os resultados gerados por IA, entender o uso responsável de IA e permanecer adaptável em um cenário digital em rápida evolução.
Esta definição de letramentos de IA compreende cinco componentes principais: Conhecimento Fundamental de Conceitos Básicos de IA, Proficiência Prática em Tecnologias de IA, Avaliação Crítica de Resultados de IA, Uso Responsável de IA e Aprendizagem Contínua e Adaptabilidade. Juntos, esses elementos garantem que os indivíduos estejam bem preparados para se envolver com IA de forma responsável e confiante".segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025
Artigo sobre Multiletramentos, IA e vídeos remix em nova edição temática
Acaba de ser publicado artigo de pesquisadores do grupo LER-CNPq intitulado Multiletramentos E Inteligência Artificial Nas Práticas Artísticas Juvenis: Uma Análise Sobre A Produção De Vídeos Remix (link) em número temático A Inteligência Artificial e Educação: debates críticos e boas práticas na escola básica e na educação superior, da revista Artes e Educar da UERJ, com edição de Juan Guilhermo Díaz Bernal e Edméa Santos.
O trabalho de Magnaldo Araújo e Eduardo S. Junqueira "é um recorte de pesquisa de doutorado em andamento que busca compreender o processo de articulação e integração das práticas de multiletramentos na aprendizagem artístico-musical de jovens. Neste artigo temos como objetivo analisar o uso da inteligência artificial (IA) nas práticas artísticas juvenis de multiletramentos no processo de produção de vídeos remix, considerando os aspectos socioculturais, pedagógicos e tecnológicos [...] Como principais resultados, destacamos as mudanças de ethos no processo de criação de vídeos remix e nas práticas de multiletramentos auxiliadas por IA. Entre as principais mudanças, destacam-se a automatização de processos técnicos relacionados à edição de vídeo e a democratização do acesso a ferramentas profissionais de edição, todas proporcionadas pela IA. No que se refere à renovação do ethos, consideram-se a emulação da criatividade humana e os limites borrados da propriedade intelectual como principais pontos de mutação".Sobre a edição temática (link), com diversos artigos de grande interesse, os editores discutem "como essa tecnologia, capaz de criar textos, imagens e outros conteúdos a partir de dados fornecidos por humanos, vem transformando a educação, exigindo reflexões sobre a reconfiguração do ensino e do papel dos professores. São abordadas questões filosóficas e epistemológicas, como a influência dos vieses algorítmicos na produção do conhecimento, além das implicações para a sociedade contemporânea, marcada por redes digitais e pela modernidade líquida. Outro ponto central da discussão é a necessidade de adaptação dos processos de ensino e avaliação, uma vez que o uso da IA por estudantes pode impactar a integridade acadêmica. O papel do professor se amplia, tornando-se não apenas um mediador do conhecimento, mas um orientador no uso ético dessas ferramentas. Além disso, enfatiza-se a importância do desenvolvimento de habilidades metacognitivas para que os alunos possam utilizar a tecnologia de forma crítica e consciente, sem comprometer a autonomia do aprendizado".