sábado, 8 de dezembro de 2012

A crítica, a educação e as tecnologias


 

--> Acaba de ser lançado relatório que traz para o Brasil o modelo do já tradicional Horizon Report publicado nos USA pelo New Media Consortium. O relatório patrocinado pela FIRJAN (Federação das Indústrias do Rio de Janeiro) é intitulado As Perspectivas Tecnológicas para o Ensino Fundamental e Médio Brasileiro de 2012 a 2017: Uma Análise Regional do NMC Horizon Project e reúne diversas tech-trends para as escolas brasileiras de ensino fundamental e médio. Foi divulgado também um site em formato wiki com dados sobre a pesquisa. Estão lá as nomenclaturas dos dispositivos móveis, aprendizagem baseada em jogos, conteúdos livres, inteligência coletiva, dentre outros. E a necessidade de renovar as práticas da escola brasileira, mais e melhor formação aos professores, melhor banda larga. Fica uma dúvida sobre o caráter "regional" do relatório. Em que medida foram levados em conta o caráter histórico, diverso e desigual do Brasil ao se enumerar as tecnologias e as pedagogias? Nota-se a ausência de menção à interdisciplinaridade e à multidisciplinaridade, à ética hacker como princípio pedagógico e ao software livre como princípio de sustentabilidade. Também não foram mencionadas as produções culturais no marco da sociabilidade e da produção cultural das periferias das grandes cidades como elementos para um diálogo amplo, plural e democrático sobre a escola brasileira.


Um livro recém-lançado pela editora Peter Lang intitulado Critical Digital Literacies as Social Praxis teria sido de grande uso na produção do relatório patrocinado pela FIRJAN. Segundo uma pequena resenha publicada no blog de Colin Lankshear e Michele Kobel, o livro "examina a aplicação simultânea de letramentos críticos e digital e explora ramificações para o desenvolvimento e avaliação dos letramentos digitais críticos dos currículos em contextos educativos. Os autores do livro perguntam: Como é que a crescente ubiquidade de práticas de letramento digital dentro e fora da escola afetou nossas definições de letramentos críticos? Como nossas constantes mudanças de percepções sobre os letramentos críticos afetam a forma como nós definimos o ensino e nosso envolvimento com os letramentos digitais? Nós acreditamos que há um trabalho crucial a ser feito nesses cruzamentos,  trabalho que se constrói sobre os extensos corpus de conhecimentos da pesquisa sobre os letramentos crítico e digital".


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