segunda-feira, 20 de junho de 2022

Tecnologias digitais e transformações no ensino superior

Um relatório publicado pela empresa de consultoria mercadológica McKinsey, baseado em pesquisa com centenas de professores e alunos de universidades dos EUA (incluindo representações de minorias) em 2021, indicou o interesse deles em continuarem a utilizar tecnologias digitais empregadas durante a pandemia da Covid-19, em contraste com o que chamam de falta de apoio institucional para que isso se estabeleça naquele país (link). 

Foram pesquisadas oito tecnologias digitais utilizadas para a aprendizagem, como aquelas dedicadas ao monitoramento do progresso dos alunos, de exercícios voltados à aprendizagem, aos trabalhos em grupo, de realidade virtual, de comunidades virtuais, etc.. Todas foram vistas de forma positiva pelos alunos e cujo uso por eles mais do que dobrou no intervalo da pandemia, destacando-se o caráter de entretenimento e de "eficiência" percebidos pelos usuários. 

O mesmo movimento de forte adoção das tecnologias foi percebido entre professores, mas o relatório aponta a necessidade de mais treinamento para os docentes. No âmbito das universidades, o relatório afirma que a principal causa da baixa institucionalização das tecnologias digitais na aprendizagem é a falta de conhecimento dos gestores. Trata-se de um mercado emergente e que envolve gastos de bilhões de dólares com essas tecnologias educacionais.

segunda-feira, 13 de junho de 2022

As tecnologias digitais em rede e a (falta de) privacidade das crianças

Relatório recente da Human Rights Watch intitulado How dare they peep into my private life (Como eles se atrevem a espiar minha vida privada) (link) revelou enorme desrespeito à privacidade dos usuários como um mecanismo intrínseco ao funcionamento de diversas plataformas educacionais. A entidade analisou 164 interfaces educacionais utilizadas em 49 países, inclusive no Brasil, durante a pandemia da Covid-19 e recomendadas por governos locais para professores, pais e alunos e constatou que 89% delas (146) "parecem se envolver em práticas de dados que colocam os direitos das crianças em risco, contribuem para prejudicá-los ou violam ativamente esses direitos".

Segundo o relatório, as práticas envolvem ações bastante graves, até mesmo fora da escola e mesmo nos casos em que professores e pais pudessem estar cientes dos riscos e tentassem ajustar as funcionalidades da interface: "A maioria das plataformas de aprendizado on-line instalou tecnologias de rastreamento que acompanharam as crianças fora de suas salas de aula virtuais e pela Internet ao longo do tempo. Algumas crianças invisivelmente marcavam e imprimiam as impressões digitais de maneiras impossíveis de evitar ou se livrar – mesmo que as crianças, seus pais e professores estivessem cientes e tivessem o desejo e a alfabetização digital de fazê-lo – sem jogar o dispositivo no lixo". 

Uma das metas é gerar e vender dados das crianças para empresas da área de propaganda, visando ações de marketing digital e outras, detalha o relatório:  "A maioria das plataformas de aprendizado online enviou ou concedeu acesso a dados de crianças para empresas terceirizadas, geralmente empresas de tecnologia de publicidade (AdTech). Ao fazer isso, eles parecem ter permitido aos algoritmos sofisticados das empresas AdTech a oportunidade de unir e analisar esses dados para prever as características e interesses pessoais de uma criança e prever o que ela pode fazer em seguida e como ela pode ser influenciada".


segunda-feira, 6 de junho de 2022

Repositório de ferramentas digitais para pesquisa on-line

Está disponível um excelente repositório para cientistas das áreas de humanidades que necessitam utilizar ferramentas digitais diversas para pesquisas on-line (link). Interessados podem contribuir com a coleção de recursos via GitHub ou yopad, em projeto coordenador pela pesquisadora Anne Lee Steele (@alesteele). As ferramentas são organizadas por ações e por tipologia (open source, amigável, software proprietário, etc.). As seguintes atividades de pesquisa on-line foram contempladas: coleta de dados, escrita, entrevistas, atividades computacionais e atividades visuais.