No editorial de sua mais nova edição, o American Journal of Distance Education volta a criticar o equívoco da equivalência entre ensino remoto online e educação a distância (link), quando táticas emergenciais para fazer frente à epidemia foram equiparadas com a educação a distância (esta fundamentada em décadas de estudos e práticas), frisando a necessidade para todos de práticas baseadas em evidências científicas produzidas pelo campo de estudos. Segundo Kay Sattuck, "de muitas maneiras, o que observamos foi a melhor tentativa dos professores em sala de aula de continuarem usando a tecnologia enquanto persistiam com a pedagogia da sala de aula. Esta não é a primeira oportunidade perdida para as instituições se prepararem para as demandas dos alunos por oportunidades de aprendizagem de qualidade fora do sistema presencial. Michael G. Moore (no prelo) recentemente comparou o ano de pandemia de 2020-2021 com a "confusão" de muitas universidades na década de 1990, quando "os professores eram simplesmente instruídos a entrar na Internet e ensinar". Agora, “políticos e administradores estão desviando a atenção de sua falha em fornecer treinamento e recursos ...” Educadores com conhecimento de EAD têm uma urgência renovada de compartilhar essa longa história para melhorar a educação para todos os alunos" (em tradução livre).
Ainda sobe os desdobramento negativos da educação a distância no contexto da pandemia do Covid-19, o Open Learning: The Journal of Open, Distance and E-Learning (link) acaba de publicar o artigo intitulado Disrupted distance learning: the impact of Covid-19 on study habits of distance learning university students. Os autores, da Open University do Reino Unido, conduziram pesquisa com 550 estudantes da instituição e concluíram que "da população do estudo, uma média de 36% relatou impactos negativos em suas atividades de estudo e 15% impactos positivos. A análise demonstrou que os impactos negativos nos hábitos de estudo em geral foram associados a dificuldades no gerenciamento da carga de trabalho e interação limitada com outros alunos. Outros fatores, como histórico socioeconômico, nível de estudo, interação limitada com tutores, idade, saúde pessoal, questões de emprego e responsabilidades de cuidar dos filhos relacionam-se a hábitos de estudo específicos. Nossas descobertas têm implicações sobre como as universidades com práticas de ensino à distância novas e existentes lidam com esses fatores e melhor apoiam a atividade de aprendizagem contínua durante a Covid-19 e outras interrupções semelhantes".O número atual do American Journal of Distance Education também traz um artigo importante e de grande interesse, de autoria de pesquisadoras da Purdue University, intitulado A Systematic Review of Asynchronous Online Discussions in Online Higher Education e que apresenta uma revisão sistemática de 35 artigos sobre o uso do fórum virtual no ensino superior e conclui que não foram investigadas alternativas a esse espaço interativo tão tradicional nas práticas de EaD, a despeito de frágil consenso sobre melhores práticas em seu uso na aprendizagem (link).