Artigo recente publicado no periódico Computers & Education, baseado em ampla revisão de literatura, indicou que o uso de tecnologias digitais na escola pode ser ligeiramente benéfico na melhora da aprendizagem dos alunos menos privilegiados, seja daqueles que integram turmas diversas nos ditos países "desenvolvidos", seja tomando toda a população de estudantes dos chamados países "sub-desenvolvidos". Intitulado A meta-analysis on the effect of technology on the achievement of less advantaged students (link), o artigo analisou 72 estudos na temática e concluiu que "iniciativas de tecnologia educacional são consideradas como tendo um efeito pequeno, positivo e estatisticamente significativo que permanece mesmo após a correção para viés de publicação [...] o aprendizado assistido por computador e as intervenções comportamentais são mais eficazes em aumentar o desempenho de alunos menos favorecidos do que o simples acesso à tecnologia. Curiosamente, o efeito dessas duas intervenções parece ser de magnitude semelhante. Finalmente, o uso de tecnologias digitais está associado a melhorias ligeiramente maiores em matemática e ciências do que na área das humanidades".
Nesse sentido, os autores destacam que "a disponibilização de tecnologias digitais precisa ser acompanhada de orientação e supervisão adequadas para garantir que todos os alunos possam aproveitar os benefícios da tecnologia para melhorar seu desempenho educacional".
E analisam: "em contextos socioeconômicos menos privilegiados, intervenções comportamentais utilizando tecnologias digitais podem precisar ser acompanhadas por outras medidas para serem mais eficazes. Por exemplo, intervenções que visam aumentar o envolvimento dos pais na educação podem funcionar melhor se forem complementadas por programas que forneçam conteúdo e suporte presencial. Embora as intervenções comportamentais sejam projetadas para superar barreiras psicológicas e informacionais, espera-se que esses outros programas tenham um impacto nas habilidades cognitivas dos alunos".