segunda-feira, 16 de dezembro de 2024

Artigo indica pequeno ganho de aprendizagem de alunos menos privilegiados com o uso de tecnologias digitais na escola

Artigo recente publicado no periódico Computers & Education, baseado em ampla revisão de literatura, indicou que o uso de tecnologias digitais na escola pode ser ligeiramente benéfico na melhora da aprendizagem dos alunos menos privilegiados, seja daqueles que integram turmas diversas nos ditos países "desenvolvidos", seja tomando toda a população de estudantes dos chamados países "sub-desenvolvidos". Intitulado A meta-analysis on the effect of technology on the achievement of less advantaged students (link), o artigo analisou 72 estudos na temática e concluiu que "iniciativas de tecnologia educacional são consideradas como tendo um efeito pequeno, positivo e estatisticamente significativo que permanece mesmo após a correção para viés de publicação [...] o aprendizado assistido por computador e as intervenções comportamentais são mais eficazes em aumentar o desempenho de alunos menos favorecidos do que o simples acesso à tecnologia. Curiosamente, o efeito dessas duas intervenções parece ser de magnitude semelhante. Finalmente, o uso de tecnologias digitais está associado a melhorias ligeiramente maiores em matemática e ciências do que na área das humanidades". 

Nesse sentido, os autores destacam que "a disponibilização de tecnologias digitais precisa ser acompanhada de orientação e supervisão adequadas para garantir que todos os alunos possam aproveitar os benefícios da tecnologia para melhorar seu desempenho educacional".

E analisam: "em contextos socioeconômicos menos privilegiados, intervenções comportamentais utilizando tecnologias digitais podem precisar ser acompanhadas por outras medidas para serem mais eficazes. Por exemplo, intervenções que visam aumentar o envolvimento dos pais na educação podem funcionar melhor se forem complementadas por programas que forneçam conteúdo e suporte presencial. Embora as intervenções comportamentais sejam projetadas para superar barreiras psicológicas e informacionais, espera-se que esses outros programas tenham um impacto nas habilidades cognitivas dos alunos".

segunda-feira, 2 de dezembro de 2024

Ideias de 37 pesquisadores da área sobre IA generativa e educação são reunidas em novo artigo

Acaba de ser publicado o artigo The Manifesto for Teaching and Learning in a Time of Generative AI: A Critical Collective Stance to Better Navigate the Future, que agregou e compilou ideias de 37 pesquisadores da área de IA e educação através da técnica Delphi (link para acesso). O resumo do trabalho destaca que: "À medida que a GenAI continua a evoluir, enfrentamos desafios críticos para manter a supervisão humana, salvaguardar a equidade e facilitar experiências de aprendizagem significativas e autênticas. Este manifesto enfatiza que a GenAI não é ideologicamente e culturalmente neutra. Em vez disso, ela reflete visões de mundo que podem reforçar preconceitos existentes e marginalizar vozes diversas. Além disso, à medida que o uso da GenAI remodela a educação, ela corre o risco de corroer elementos humanos essenciais — criatividade, pensamento crítico e empatia — e pode deslocar interações humanas significativas com soluções algorítmicas".

Na seção dos Resultados (ver telas abaixo), vários temas-chave surgiram, destacando os benefícios potenciais e considerações críticas para integrar a AI generativa em contextos educacionais. Dentre os pontos destacados e detalhados no texto estão: aprendizagem colaborativa, melhoria a criatividade e inovação, ganho de tempo,  melhoria da capacidade cognitiva. No que se refere aos aspecto negativos, destacam-se: desigualdades sociais, perda de integridade acadêmica, impactos no raciocínio crítico, perda de de privacidade e de valores humanos, dentre outros.